Aula prática de vivência em acessibilidade flagra desrespeitos contra deficientes físicos

29 de julho de 2008, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Flagrantes de desrespeito aos deficientes físicos foram constatados hoje (29.07), nas ruas de Cuiabá. Prédios sem acesso, calçadas com desníveis, rampas esburacadas, carros estacionados em frente ao acesso a deficientes e impaciência no trânsito; todos itens que chamaram a atenção pelo perigo e constrangimento que causam a cegos, cadeirantes, obesos e idosos.

Esses foram alguns dos abusos verificados por pelo menos 30 profissionais que se passaram por deficientes utilizando muletas, cadeiras de rodas e vendas. As atividades que incluíram a simulação de idosos atravessando as ruas, obesos em espaços apertados e deficientes tentando levar uma vida normal, integraram as aulas de campo do curso de “Acessibilidade e Mobilidade Urbana”, promovido pelo Crea-MT a fiscais da entidade, prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande e Ministérios Público Federal e Estadual.

“Muitas vezes o motorista não tem paciência de esperar o idoso atravessar a rua. Em nossa experiência os carros buzinaram muito, mas felizmente não houve acidentes”, declarou a superintendente operacional do Crea-MT, Engenheira Civil Márcia Caldas, que realizou o curso simulando um cadeirante e ajudou um amigo utilizando aparatos para se passar por um idoso a atravessar a rua.

“A simulação é bem real pois, a pessoa é vendada para caminhar como um cego e tenta utilizar um telefone público, visitar um museu, comprar roupas ou mesmo atravessar a rua. É muito difícil”, declarou a conselheira do Crea-MT, Arquiteta Gisele Maria Massoni, que sentiu na pele as dificuldades enfrentadas por uma pessoa cega.

O curso está sendo ministrado pelo o Arquiteto e Urbanista José Antonio Lanchoti, que é Mestre em Acessibilidade pela EESCar-USP (São Carlos-SP) e, Doutor em Acessibilidade pela FAU-USP/SP. Lanchoti também é Conselheiro Regional e Coordenador do GT-Acessibilidade do Crea-SP, colaborador do Ministério das Cidades na formatação do Programa Brasil Acessível, colaborador na definição do Decreto Federal nº. 5.296/2004 e colaborador na Revisão da NBR-9050/2004 da ABNT. Autor do “Caderno 2 – Construindo a Cidade Acessível”, produzido pelo Ministério das Cidades, Supervisor e co-autor do Kit-Acessibilidade da parceria ABEA/MCidades e Presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo – ABEA.

O curso teve início nessa segunda-feira (28.07) e encerra hoje (29). O último módulo trabalhará a Elaboração de Políticas Públicas, Avaliação da Acessibilidade ao Meio Físico, Obrigações éticas e legais do Decreto Federal nº. 5.296/04 e, Contribuições para a Construção da Política Pública de Acessibilidade

*Rafaela Maximiano
Ascom/Crea-MT