Dimensão do Confea/Crea dificulta gestão do sistema

6 de setembro de 2008, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Opinião é dos presidentes dos Creas da Bahia e do Mato Grosso, que falaram sobre as dificuldades do sistema e da criação do CAU durante a Feibracon

A atuação do sistema Confea/Crea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia/Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) sempre foi criticada por diversos profissionais que integram o conselho. As tentativas de separação dos arquitetos e a criação do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) ilustram a situação de desavenças dentro do próprio sistema. Durante a Feibracon (Feira Brasileira de Construções em Concreto), que acontece paralelamente ao 50º Congresso Brasileiro do Concreto em Salvador, Edgarde Gonsalves Cerqueira, presidente em exercício do Crea-BA, e Tarciso Bassan, presidente do Crea-MT, falaram à PINIweb sobre as dificuldades do Confea/Crea e a problemática dos arquitetos.

Bassan e Cerqueira concordam com uma das maiores críticas ao sistema: a complexidade de agregar 308 categorias e quase um milhão de profissionais. “Entretanto, a culpa não é do sistema. Por força de lei, foi criado dessa forma e foi necessário lidar com a situação”, explica o presidente do Crea -MT. “Não podemos colocar tudo no mesmo arcabouço, mas todas as categorias possuem força e precisamos trabalhar melhor essa questão dentro do Confea”, analisa o presidente do diretório da Bahia.

Segundo os presidentes dos diretórios, o Confea iniciou diversos trabalhos recentemente que já deveriam ter sido discutidos. “Um falso médico é acusado de crime, já um falso engenheiro é de contravenção. A questão está aberta há 40 anos”, critica Bassan que afirma haver um trabalho junto ao Congresso para modificar a lei. “Precisamos nos impor mais. Há associações de classe, como a OAB, que possuem apenas uma categoria. Somos 308 categorias e não temos o reconhecimento da sociedade e do próprio Governo”, diz Cerqueira.

Os representantes são enfáticos na questão e apontam que as profissões relacionadas ao sistema Confea/Crea movimentam cerca de 70% do PIB brasileiro. “As engenharias são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer país, mas não são valorizadas. Somente a iniciativa privada absorve esses profissionais, não há um programa governamental para o desenvolvimento do setor”, afirma Bassan.

CAU – Sobre a criação do CAU, os dois presidentes manifestaram preocupação com a dimensão que a entidade terá. “Há um número mínimo de profissionais registrados que são necessários para manter a regional de um conselho”, evidencia Bassan. Em Mato Grosso, o presidente do Crea afirma que há mil arquitetos registrados e que a conseqüência a curto prazo com a criação do CAU, provavelmente, seria um único posto de atendimento em toda a região Centro-Oeste. Para os dois presidentes, no entanto, essa situação seria revertida a longo prazo.

*Rafael Frank
Piniweb.com.br