1º trimestre fecha negativo no Estado
24 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
As vendas externas mato-grossenses fecharam o primeiro trimestre de 2007 com queda de 10% em relação ao mesmo período de 2006. O desempenho negativo é reflexo do decréscimo de todos os itens que compõem o complexo soja, ainda o carro-chefe da pauta mato-grossense.
A marca de quase um bilhão em negociação contabilizada em janeiro, fevereiro e março não foi suficiente para alcançar o desempenho registrado no ano passado. Mato Grosso somou nestes três primeiros meses US$ 927,71 milhões, contra US$ 1,031 bilhão de 2006.
Desde o início deste ano o desempenho das exportações estaduais vem ficando abaixo dos números consolidados no mesmo período do ano passado. A diferença que era de pouco mais de 1%, em março foi ampliada acima dos 10%. A movimentação da pauta rendeu no mês de março US$ 425,64 milhões contra US$ 522,71 milhões apurados em igual período de 2006. O Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) acredita que a reação da pauta virá a partir de maio, já contabilizando os embarques da safra atual (06/07) de soja.
O coordenador do CIN, Emerson Moura, explica que a redução nas exportações está diretamente ligada ao comportamento do complexo soja nos últimos três meses. “Que há queda, isso há mesmo, porém durante o primeiro trimestre de 2006 foram realizados embarques de soja em estoque, grãos referentes à safra 05/06, e neste ano não há este tipo de comercialização. No início do ano passado registramos um fator mercadológico que influenciou na pauta”.
Sem a ‘momentaneidade’ de 2006, Moura aponta que o cenário para as vendas dos principais itens da pauta estão favoráveis. Até o momento o quatro produtos que formam o complexo – óleo, farelo, grão e lecitina – apresentam desempenho inferior em relação ao primeiro trimestre de 2006. “Temos uma valorização de US$ 0,03 por quilo do grão e de US$ 0,15 para o óleo de soja. Essa alta se observa também para o complexo carnes (bovina e suína), milho e madeira. Vale lembrar que neste a produção de soja terá uma produtividade acima do registrado na safra anterior. Por isso, acredito que as estatísticas referentes a maio e junho já vão imprimir a reação da pauta mato-grossense”. O complexo soma no acumulado deste ano US$ 591,02 milhões em vendas, redução de 26,54% em relação aos US$ 804,60 consolidados em três meses no ano passado.
Ainda no aguardo da reação e do firmamento das negociações, o CIN projeta que o exercício 2007 alcance cifras de US$ 4,5 bilhões, crescimento de cerca de 4% em relação aos US$ 4,33 consolidados no ano passado. “Mas para uma projeção mais real, vamos aguardar o desempenho dos meses de maio e junho”.
Além da reação do complexo soja, o CIN destaca o desempenho das carnes bovinas e suínas e das madeiras perfiladas e compensadas. O complexo carnes registra faturamento de US$ 176,64 milhões e incremento de 84,72%. Os destaques vão para os cortes bovinos (+76,27%) – maior participação do segmento – e suínos (+1430%).
Já em relação às vendas de madeiras, Moura observa que depois de dois anos ruins o segmento inicia o ano com acumulado positivo de 26,61% e faturamento de US$ 42,09 milhões. A madeira bruta e a perfilada registram altas acima de 80%.
IMPORTAÇÕES – Se por um lado há reduções na pauta, as compras estão em alta. Na comparação entre o mesmo período do ano passado, as importações feitas pelo Estado somam US$ 67,30 milhões, cifras 118,31% acima dos US$ 20,10 milhões acumulados durante o primeiro trimestre de 2006. “As compras já são reflexo da baixa cotação do dólar. Com a moeda favorável, compra-se mais”, analisa o coordenador. Da Rússia, país de onde mais importamos, as compras apresentam incremento de 191%.
A maior parte das aquisições mato-grossenses é de produtos que servem de insumos agrícolas para produção de fertilizantes como uréia, sulfato de amônio, superfosfato e cloreto de potássio. “85% desta matéria-prima é utilizado nas lavouras de soja e algodão e são indicativos de que haverá ampliação da área plantada na próxima safra”, observa Moura.
Fonte:Diário de Cuiabá