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"Em quase 300 anos, a cidade de Cuiabá se transformou econômica e culturalmente e, apesar das mudanças, o estilo moderno e tradicional dos prédios e das ruas convivem paficamente. Nos últimos 48 anos, a história da cidade se mescla com a atuação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), criado provisoriamente em 1966, com o aumento populacional, a organização do espaço urbano, além do desenvolvimento tecnológico nas áreas da engenharia, agronomia e quase 300 outras profissões. O engenheiro civil Mário da Silva Saul, foi o primeiro presidente do Crea Mato Grosso, dando início às atividades do Conselho em Cuiabá. Ele conta que em Mato Grosso era apenas uma Delegacia do Crea de São Paulo. Os poucos engenheiros residentes em Cuiabá reuniam-se no Clube de Engenharia, hoje Instituto de Engenharia e logo surgiu a ideia de que deveríamos ter o nosso próprio Crea. Em 07 de dezembro de 1966 o Conselho Federal, criou em regime transitório o Crea da 14 Região, o nosso Crea, com jurisdição em Mato Grosso e o Território de Rondônia.
Com 98 profissionais registrados e 16 empresas registradas até 1968, ano em que o Crea foi instalado de maneira definitiva, a missão do Conselho pôde ser colocada em prática. O maior desafio era convencer os engenheiros que Mato Grosso já possuía um Crea. Não foi fácil. Outro desafio era conseguir que os leigos que exerciam atividades de engenharia parassem. A principal função dos Creas é a proteção da sociedade no que se refere às atividades da engenharia. Isso é obtido através de intensa fiscalização.
Ainda em 1968, teve início, em Cuiabá, o primeiro curso de graduação em engenharia civil, que depois foi incorporado à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no
ano de sua criação, 1970. A formação de profissionais na área tecnológica e a criação de empresas foram uns dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da construção civil na capital e no Estado de Mato Grosso. Em 1969, no dia oito de abril, aniversário da cidade de Cuiabá, foi inaugurado um dos marcos da engenharia e arquitetura mato-grossense: o edifício Maria Joaquina, primeiro residencial vertical, encravado no centro da cidade, com 15 andares e 52 apartamentos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Índice Nacional de Construção (Sinapi) acumulou alta de 5,8% de janeiro a setembro e de 7,1% no último ano em Mato Grosso. Em 1994 havia cerca de 650 empresas de construção civil que atuavam no Estado. Hoje são 6.871, o que evidencia como o setor cresceu. O número de profissionais da área também aumentou consideravelmente, de 6.534 passou para mais de 14 mil, sendo 3.754 da modalidade civil.
O nosso desafio atual é conseguir conciliar a capacidade de atuação do Conselho com essa demanda, cada vez mais crescente. É importante continuar aprimorando os serviços oferecidos pelo Crea para manter em atuação somente os profissionais habilitados e, assim, garantir que a sociedade cuiabana e mato-grossense esteja segura.
Para que a construção civil continue crescendo, e, consequentemente Cuiabá, os profissionais do ramo esperam que o governo valorize o setor civil, agropecuário, agrícola e tantos outros que envolvem as áreas tecnológicas e são responsáveis pela economia e desenvolvimento do estado".