Reboco. Que Areia Usar?
21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Engº Geraldo Cogorno – Coordenador e Professor da Faculdade de Engenharia Civil de Ponta Porã. Engenheiro Civil pela Universidade Mackenzie em 1977. gcogorno@terra.com.br
O reboco, ou emboço como preferem alguns, é o revestimento que irá determinar o acabamento de uma obra. É a maquiagem de qualquer serviço de construção. É uma das partes mais importantes da obra, pois como bem sabemos, é ele quem dá o toque final da construção. Ou seja, o aspecto definitivo da obra é a cara dele.
Esses dados já seriam mais do que suficientes para que todos os cuidados sejam tomados ao executar um reboco, mas, infelizmente, não é isso o que ocorre. Nem sempre recebe a importância que lhe é devida. Seja por desconhecimento, seja por economia, ou, seja por desleixo. A preocupação é a de terminar a obra e poder entregar ao proprietário. Não importa como ficou, nem qual a resistência e durabilidade do reboco.
Por que toda essa importância dada ao reboco? Porque é ele quem esconde todos os defeitos (erros) que comumente aparecem no levantamento das alvenarias.
Mas, falávamos em toque final, beleza, aspecto e agora falamos em resistência e durabilidade? Essa é a questão.
A resistência está diretamente ligada ao tipo de areia e traço (medida) utilizado e quem deve indicar esses parâmetros é o profissional (engenheiro ou arquiteto) responsável pela obra, mas usualmente não é isso que ocorre. Recorre-se quase sempre à experiência do pedreiro, sem pensar que a responsabilidade final é do profissional.
Ele serve também para dar proteção externa às paredes, sejam elas de que material forem tijolo comum, tijolo furado, bloco de concreto, etc evitando infiltrações da chuva que porventura possam vir a prejudicar a vida útil do material e mesmo prejudicar a saúde do morador.
Em virtude disso é muito importante dar o devido cuidado à execução do reboco. Principalmente na dosagem dos aglomerantes (cimento e/ou cal) e na qualidade dos aglomerados (areia em suas diversas granulometrias).
Um reboco com muito cimento, é um reboco muito rígido, pouco flexível, pouco elástico o que pode vir a causar micro fissuras, dando o aspecto de mapas. É preciso saber dosá-lo para evitar essa patologia.
Se o reboco tem pouca cal também pode apresentar o mesmo tipo de patologia acima descrita. Daí a necessidade de saber combiná-la adequadamente com o cimento.
A areia usada também influencia na resistência e no aspecto final do reboco. É preciso tomar muito cuidado com as areias saibrosas, que provocam o mesmo tipo de patologia: fissuras do tipo mapas com posterior desagregação da massa. Mas não devemos descuidar-nos das areias lavadas, pois elas necessitam de algum material (aglomerante) que lhes dê suficiente liga a fim de que possam ser utilizadas sem nenhum inconveniente.
Outro item importante é o aditivo utilizado para evitar a penetração da água da chuva, ou seja, o impermeabilizante indicado para essa função. Esta questão nem sempre é levada a sério e a conseqüência imediata é o aparecimento de manchas de umidade internamente e desagregação do reboco externamente.
Experiências mostram que o traço (receita) mais indicado para rebocos externos e/ou internos é 1:2:9 (cimento:cal: areia média lavada) + aditivo impermeabilizante no caso das paredes externas.
Recomenda-se que o primeiro item a ser levado em conta, não seja o preço mas sim a origem e qualidade da areia.
Não devemos esquecer que o barato sai caro, principalmente na questão dos rebocos. Quem já teve que refazer rebocos por causa desses defeitos, sabe muito bem o transtorno que é. E quanto custa.
Portanto, não devemos esquecer que assim como nosso corpo necessita de roupas, as paredes também precisam de proteção para maior vida útil e resistência (pelo menos as externas) a que se destinam.