O gás natural em residências

21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

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Lauro Fernando Furlanetto, engenheiro químico

Costuma-se denominar consumidor residencial aquele que utiliza o gás natural (GN) para fins domésticos, ou seja, em casas ou apartamentos. Como muitos sabem, o gás natural apresenta inúmeras vantagens em relação aos outros energéticos utilizados em residências. Dentre elas, destacam-se: maior conforto, devido ao fornecimento constante sem necessidade de reabastecimentos; ausência de estocagem, assim liberando área útil da edificação; maior segurança, pois, em caso de vazamento, devido à menor densidade do gás natural em relação ao ar, este combustível dissipa-se rapidamente na atmosfera; e, principalmente, uma significativa economia quando substituto da energia elétrica (40% considerando valores atuais).

Usos de gás natural em residências

Além do uso já tradicional, em fogões, o gás natural também possui outras aplicações, tais como: em secadoras de roupas, geladeiras, lareiras e churrasqueiras. Entretanto, é no aquecimento de água e ambientes que o uso de gás natural encontra-se mais difundido, devido à grande economia e conforto proporcionados por este energético.

No aquecimento de água a aplicação mais comum envolve a geração de água quente para banhos em chuveiros ou piscinas. Em ambos os casos, os equipamentos a gás utilizados para gerar água quente são divididos comercialmente em duas classes:

Aquecedores de passagem ou instantâneos

A principal característica deste tipo de aquecedor é produzir água quente somente quando algum ponto de consumo, como chuveiros e torneiras, é aberto. Quando isso acontece, a água fria passa através de uma serpentina alocada dentro da câmara de combustão do equipamento. O fluxo de água, por sua vez, aciona a queima do gás que gera calor e aquece a serpentina, que, conseqüentemente, aquece a água. Quanto ao acendimento, o aquecedor pode ter chama piloto ou acendimento automático. No primeiro, um sistema mais simples, a combustão do gás dentro do aquecedor é iniciada por uma chama acesa previamente por um sistema mecânico.

Já no acendimento automático, a combustão se inicia através de um sensor de vazão que detecta o fluxo de água e inicia a combustão através de uma faísca elétrica proveniente de uma “vela”. Geralmente em formato de “caixa”, são instalados em área de serviço e suspensos na parede. De dimensões médias de 60 cm de altura, 30 cm de largura e 20 cm de profundidade, estes equipamentos são vendidos em diversas potências, desde 5 litros/min (atende 1 ponto de consumo) até 20 litros/min (atende até 3 pontos de consumo).

A vantagem do aquecedor de passagem em relação ao aquecedor de acumulação é que o primeiro, normalmente, tem custo menor, maior durabilidade e ocupa uma área reduzida. Em contrapartida, tem a desvantagem de atender poucos pontos de consumo ao mesmo tempo.

Aquecedores de acumulação ou acumulativos

Diferente do anterior, o aquecedor de acumulação é caracterizado por ter um reservatório interno acoplado ao equipamento. Além disso, possui um sistema de controle de temperatura da água que torna possível aquecê-la, caso a temperatura fique abaixo de um nível determinado. Assim, este aquecedor está constantemente aquecendo a água contida no reservatório.

Este tipo de aquecedor, usualmente de formato cilíndrico, tem dimensões médias de 150 cm de altura por 45 cm de diâmetro. Comercialmente vendido de acordo com a capacidade de seu reservatório de 85 litros (atende até 2 pessoas) até 190 litros (atende mais de 5 pessoas), eles são freqüentemente instalados nas áreas de serviço.

A grande vantagem deste aquecedor em relação ao de passagem está na possibilidade de atender vários pontos simultaneamente, mas para instalá-lo é necessária uma área maior, e é aqui que reside sua principal desvantagem.

Aquecimento de ambientes

Para aquecimento de ambientes, dois sistemas são normalmente utilizados:

Radiadores: Neste modelo o aquecimento ocorre por meio da passagem de água quente através de radiadores instalados nos diversos ambientes do domicílio, os quais aquecem o ar à sua volta. A água quente que perde energia após passar pelos radiadores é novamente aquecida em aquecedores de passagem, num sistema de ciclo fechado. Para implantação deste sistema é necessário a instalação de tubulação de água nos diversos ambientes.

Aquecedores de parede: Diferentemente do sistema anterior, este não faz uso de água quente para aquecer o ambiente, mas, sim, da queima de gás natural. Através de aquecedores instalados nas paredes dos diversos ambientes a serem aquecidos, o gás natural é queimado num sistema denominado fluxo balanceado, no qual o oxigênio para combustão é captado do ambiente externo e queimado em uma câmara selada e, posteriormente, descartado como gases de combustão para o exterior sem utilizar o oxigênio do ambiente interno. Para a instalação deste tipo de aquecedor são necessárias tubulações que disponibilizem gás nos diversos ambientes.

Ambos os sistemas têm custos de instalação semelhantes, sendo o radiador mais indicado para domicílios em fase de construção, enquanto o aquecedor de parede para moradias já construídas – devido aos custos evitados de recomposição de pisos e paredes para a instalação de tubulações de água.

Fonte de referência: Portal Gás e Energia
www.tigre.com.br/htdocs/doFrames.cfm