O gênero Pinus e a sustentabilidade florestal
21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Carlos Bruno Reissmann – Prof. do Departamento de Solos e Engª Agrícola da Universidade Federal do Paraná – Boletim Informativo da Associação dos Resinadores do Brasil – www.aresb.com.br
Pode-se entender sustentabilidade como sendo um estado ótimo de produtividade de uma determinada espécie comercializável. As espécies do gênero Pinus, assim como as de Eucalyptus, tem se destacado na indústria de base florestal brasileira. Ambas são alvo de exploração intensiva gerando produtos e derivados distintos.
No caso do pinus, segundo estudos, observa-se que a demanda projetada até o final da segunda década sobrepuja em muito a oferta neste intervalo de tempo. Isto significa que há necessidade urgente de fazer frente à defasagem, notadamente no que diz respeito à produtos sólidos, de forma eficiente. Ao lado de avanços na área de melhoramento, no campo da silvicultura aplicada, mecanismos como, zoneamento do solo, preparo do terreno, fertilização e manutenção da ciclagem de nutrientes, tornam-se ferramentas indispensáveis para manter a meta de produtividade aliada a sustentabilidade. Apesar da baixa exigência nutricional, geralmente atribuída às espécies de pinus, quando submetidos a cortes sucessivos e exploração intensiva, há um expressivo impacto no capital de nutrientes disponíveis. Some-se a isto, que muito freqüentemente os solos sobre os quais são cultivados os pinus,
caracterizam-se pela baixa fertilidade natural sendo comum a não fertilização dos mesmos, quer corretiva, quer compensatória, dos nutrientes requeridos e exportados para fora do sistema.
Diante da crise de abastecimento torna-se imprescindível a otimização do uso da área que representa o fator central da sustentabilidade. Isto diz respeito não apenas em relação à produtividade em si, mas também, aos aspectos relativos a qualidade ambiental, como os recursos hídricos, a conservação do solo, o controle de pragas e, inclusive, a fixação do carbono.
Dos estudos efetuados até o presente, principalmente no estado do Paraná, sabe-se que determinados tipos de solo limitam o crescimento desta espécie apesar desta sua baixa exigência nutricional. Neste aspecto, um elemento em particular, tem se destacado entre os macronutrientes, o potássio (K). Adequadamente suprido em combinação com o nitrogênio (N), fósforo (P) e magnésio (Mg), poderá equilibrar as diferentes classes de produtividade. Isto porque, segundo estudos da fisiologia vegetal, o potássio (K) otimiza a utilização de CO2 no processo da fotossíntese, enquanto regula o consumo hídrico. Como é também, tido como reponsável
pelo movimento
descendente de fotossintetados, pode contribuir na produção de resina de forma altamente positiva. No entanto, estes aspectos merecem estudos direcionados para essas diferentes classes de produtividade. Outro elemento que tem se mostrado importante na condução dos povoamentos de pinus é o zinco (Zn). Trata-se de um micronutriente muito importante no processo de crescimento. Em áreas marginais, com limitações múltiplas e onde a adubação de fósforo e nitrogênio requer altas doses destes elementos, poderá ocorrer uma deficiência induzida de zinco. Neste sentido, sua complementação deve ser considerada previamente.
Em última análise, a responsbilidade pela sustentabilidade, não depende apenas do manejo e dos cuidados do povoamento no campo. Racionalizando e otimizando o consumo e, reciclando apropriadamente os produtos elaborados, também se contribui substancialmente com a sustentabilidade florestal garantindo um ambiente propício às diferentes formas de vida.