Crea-MT apoia fevereiro Roxo: Campanha de conscientização e prevenção do Alzheimer, lúpus e fibromialgia
22 de fevereiro de 2022, às 14h40 - Tempo de leitura aproximado: 7 minutos
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A engenheira civil e de Segurança do Trabalho, Vanusa de Souza Pacheco acompanhou a trajetória da sobrinha que desenvolveu lúpus com apenas 10 anos de idade. Ao relatar o exemplo na família, a profissional orienta a população que a prevenção do diagnóstico precoce é a melhor saída para o tratamento. “ No início ela apresentava manchas na pele e foi ao dermatologista e fez biópsia, na época não conseguiram descobrir exatamente que era a doença.
Pouco tempo depois, foram desenvolvendo hematomas na pele e sangramento nasal. Foi então que descobrimos que estava com plaquetas baixas no sangue. Mudou toda rotina dela, até o que mais gostava de fazer, à exemplo da prática de esportes, devido ao sangramento. Inicialmente fez uso de corticoides, mas não obteve resultado.
A família procurou reumatologista que diagnosticou os lúpus, prescrevendo todo tratamento e controlando da doença. Ela atualmente vive muito bem, fazendo o acompanhamento e seguindo as orientações do especialista”, contou a engenheira.
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Alzheimer, lúpus e fibromialgia são doenças diferentes, mas que apresentam dois pontos em comum: são doenças crônicas e incuráveis. A Campanha Fevereiro Roxo que recebe o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), para conscientizar a população para que estas doenças sejam identificadas ainda na fase inicial, para que seus sintomas sejam controlados ou retardados, oferecendo melhor qualidade de vida aos pacientes acometidos por estas patologias.
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“Apoiar significa tornar agente comunicador ao repassar a importância dos cuidados, não só aos profissionais, mas também aos colaboradores e familiares. Por isso o Crea-MT abraça causas nobre como essas. O lema da iniciativa é “Se não houver cura que, no mínimo, haja conforto. Ou seja, apesar de uma doença ser incurável, não significa que o portador não possa ter qualidade de vida. Por isso, a campanha, tem como foco compartilhar informações, como os referentes a sintomas e tratamentos disponíveis, e mostrar que o diagnóstico precoce ajuda a manter a qualidade de vida”, explanou o presidente do Crea-MT, Eng. civil Juares Samaniego.
Como forma de simbolizar esses cuidados, a coordenadora da Campanha no Crea-MT, gerente de Logística e Infraestrutura do órgão (Gelog), Adriana Imbriani, espalhou laços roxos no atendimento da autarquia e nos setores do Conselho. “Reúna a sua turma, fale com colegas de trabalho, da escola, da igreja, chame a família e organize palestras, rodas de conversa, caminhadas, tira-dúvidas sobre a prevenção do Alzheimer, lúpus e fibromialgia”, ressaltou Adriana.
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Alzheimer
Para o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, além do comprometimento progressivo das atividades de vida diária. O primeiro sintoma, e o mais característico, é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.
Embora ainda não possua uma forma de prevenção específica, recomenda-se manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos. Isto, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.
O Alzheimer pode ser tratado pelo psiquiatra, geriatra ou por um neurologista e o tratamento é medicamentoso capaz de minimizar os distúrbios da doença e propiciar a uma redução da progressão do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária. O Alzheimer é a forma mais comum de demências e ocorre em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demências no país, conforme o Ministério da Saúde.
Lúpus
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O Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos como: pele, articulações, rins e cérebro. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, pode matar. O Lúpus pode ser manifestar de quatro formas diferentes, que têm causas distintas.
Lúpus Discoide: fica limitado à pele da pessoa. Pode ser identificado com o surgimento de lesões avermelhadas com tamanhos, formatos e colorações específicas na pele, especialmente no rosto, na nuca e/ou no coro cabeludo.
Lúpus Sistêmico: esse tipo é o mais comum e pode ser leve ou grave, conforme cada situação. Nessa forma da doença, a inflamação acontece em todo o organismo da pessoa, o que compromete vários órgãos ou sistemas, além da pele, como rins, coração, pulmões, sangue e articulações. Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem, eventualmente, evoluir para o lúpus sistêmico.
Lúpus induzido por drogas: essa forma também é comum e acontece porque substância de algumas drogas e/ou medicamentos podem provocar inflamação com sintomas parecidos com o lúpus sistêmico. No entanto, a doença, nesse caso, tende a desaparecer assim que o uso da substância terminar.
Lúpus neonatal: esse tipo é bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm lúpus. Normalmente, ao nascer, a criança pode ter erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente após alguns meses.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem. Os sinais mais comuns são: fadiga; febre; dor nas articulações; rigidez muscular e inchaços; rash cutâneo – vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz ou generalizado e pode piorar com a luz do sol.
O diagnóstico para Lúpus não é tão simples, porque os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e mudam com o passar do tempo, o que em muitas vezes confunde com os sinais de outras doenças. Por isso, ainda não há nenhum exame ou teste específico para diagnosticar o lúpus, mas isso pode ser feito com segurança a partir de exames de sangue, urina e dos sintomas clínicos apresentados ao médico durante exame físico. Ainda não existem formas conhecidas de se prevenir o Lúpus, tendo em vista que as causas da doença ainda não são totalmente conhecidas e também não há vacinas.
Fibromialgia
Para a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a Fibromialgia (FM) é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Ela é acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (sono que não restaura a pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória.
O diagnóstico de FM é eminentemente clínico, com a história, exame físico e exames laboratoriais auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes. Não há alteração dos exames que indicam inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Exames de imagem devem ser interpretados com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. A FM pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, e muitas vezes dificulta uma completa melhora destes pacientes.
O principal tratamento da FM é não-medicamentoso, recomenda-se fazer o exercício aeróbico, aquele que mexe o corpo todo e acelera os batimentos cardíacos. Além disso, é importante entender sobre a doença (educação) e alguns casos terapia psicológica pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica no dia a dia. As medicações também são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente com fibromialgia, para permitir a prática de exercícios físicos.
Cristina Cavaleiro/ Gerência de Relações Públicas, Marketing e Parlamentar (GEMAR)/ com dados do Ministério da Saúde /Fotos: Igor Bastos e Rennan Kawahara