Cartografia: indutora do desenvolvimento nacional

4 de maio de 2009, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Exército prepara radiografia cartográfica da Amazônia

No próximo dia 6 de maio, quarta-feira, comemora-se o dia do Engenheiro Cartógrafo. Em Mato Grosso, os registros do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-MT) apontam 53 profissionais atuantes na área da engenharia que se ocupa da aquisição, processamento, representação e análise da geo-informação nas formas analógica e digital.

No Brasil, apenas seis instituições possuem o curso de engenharia cartográfica: o Instituto Militar de Engenharia, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Universidade Federal de Pernambuco, a Universidade Federal do Paraná, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.

A profissão do Engenheiro Cartógrafo é regulamentada pela Resolução 218/73 do Confea e o mercado de trabalho traz oportunidades nas três esferas do poder executivo, em empresas privadas, em instituições de ensino e de pesquisa, em consultorias e no setor de vendas de equipamentos.

O trabalho mais recente e representativo da área é o que está sendo executado pelo Quartel General do Exército, em Brasília, e o Centro de Imagens e Informações do Exército (CigEx). Está sendo resgatado o papel da cartografia como indutora do desenvolvimento nacional. Trata-se da implantação do Sistema Cartográfico Amazônico, chamado entre os militares de radiografia da Amazônia.

Na prática, o Exército trabalha registrando fotografias aéreas, que, posteriormente, serão tratadas e estudadas com o objetivo de confeccionar mapas na escala de 1:50.000 e de 1:100.000. Estima-se que cerca de 700 mil Km2 serão fotografados esse ano.

Segundo o general Pedro Ronalt Vieira (Eng. Militar/Cartógrafo), da Diretoria de Serviços Geográficos, a intenção é reduzir o enorme vazio cartográfico existente na Amazônia, mas existem dificuldades para a realização do projeto. “Há dias em que as condições meteorológicas impedem o voo das aeronaves. Quando há nuvens, as fotografias não servem. Mas já temos 270 mil Km2 fotografados”.

Vinte equipes do Exército trabalham sobrevoando o território amazônico de Norte a Sul e de Oeste a Leste. Equipes em terra instalam refletores, espécies de prismas que ficam bem evidentes nas fotografias, espalhados a cada 300 metros, o que possibilita a demarcação de pontos geográficos precisos.

Estimativa de cobertura vegetal – A tecnologia Polinsar, como é chamada, utiliza uma banda de frequencia que consegue enxergar a topografia do terreno. “A visão da foto tirada com essa tecnologia ultrapassa a copa das árvores e chega ao solo, o que nos mostra exatamente como é o terreno amazônico, diferentemente das tecnologias anteriores”, explica o Major Correia, um dos especialistas do projeto.
Comparando-se os mapas novos com os anteriores, é possível calcular a altura da vegetação e saber exatamente que áreas são cobertas com determinadas espécies vegetais. “Isso permitirá que o governo estabeleça políticas de desenvolvimento sustentável da Amazônia”, explica o general Ronalt.

CigEx e a construção dos mapas – Todas as fotografias serão avaliadas num pavilhão que está sendo preparado no Centro de Imagens e Imagens do Exército, em Brasília. Lá, funcionará um banco de dados que será utilizado estrategicamente pelo país.

O Cigex, atualmente, conta com 33 militares trabalhando na Subchefia Técnica da instituição. Lá as subchefias de vetorização, processamento de imagem, edição, validação e carga de dados e de levantamento fazem uma atualização constante das cartas produzidas no país, por diversas instituições, ao longo das décadas. A mapoteca do centro possui 600 mil cartas.

* Ascom / Crea-MT
Com Assessoria do Confea