Palestras destacam Meio Ambiente e atuação da Engenharia Florestal

20 de julho de 2023, às 10h26 - Tempo de leitura aproximado: 7 minutos

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O Ciclo de palestras destacando “Ações Voltadas ao Meio Ambiente de Mato Grosso na área de atuação da Engenharia Florestal”, que contou com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) foi realizado neste mês    pela Associação Mato-Grossense dos Engenheiros Florestais-  AMEF e alusivo   ao dia do “Engenheiro Florestal”.

Ao parabenizar os profissionais da Engenharia Florestal pelo dia, o presidente do Crea Mato Grosso, eng. civil Juares Samaniego avalia como gratificante os encontros da modalidade de florestal, lembrando   o crescimento dos cursos nas instituições de ensino do estado e a criação da Câmara de Engenharia florestal do Regional de Mato Grosso, entre 2008 e 2009.

“Na época como ‘relator’ do processo, fiz todo o embasamento legal para a criação da câmara dessa modalidade. Já em 2012 trabalhamos para a criação da câmara nacional. Tinha um pouco mais de 300 engenheiros florestais inseridos no Crea-MT, praticamente quase todos oriundos da UFMT. As outras faculdades estavam com os concursos em andamento e hoje várias instituições implantaram a modalidade. Existem aproximadamente 1. 750 engenheiros florestais na ativa”, detalhou Juares Samaniego.

“O principal motivo do evento é comemorar o dia do engenheiro florestal em Mato Grosso, reunindo profissionais da categoria e autoridades ligadas ao setor como: promotores e a Secretaria do  Meio Ambiente  para agradecer aos nossos colegas profissionais a contribuição na nossa associação. Foram colocados durante o evento temas atuais, que vão desde a questão ambiental, licenciamento apresentado pela Sema-MT apresentando as atualizações e legislação, importantes para o nosso dia a dia, como melhorias no sistema e que futuramente estarão disponíveis para facilitar e ajudar o licenciamento nessas áreas”, disse o eng. florestal Diogo Balceres, presidente da Amef-MT.

Na oportunidade a secretaria de Meio Ambiente do Estado, Mauren Lazzaretti  fez uma explanação de dados ambientais  de Mato Grosso; divulgando números  da área florestal, afirmando que  o país  tem a maior floresta tropical do mundo, compartilhando  um pouco das estratégias para implementação da política florestal, bem como as inovações que têm sido implementadas  com o objetivo de fortalecer as estratégias de uso sustentável da floresta; entre elas  um destaque especial para o manejo florestal sustentável.

“Por ser de forma concreta a política pública com a maior probabilidade de manutenção da floresta em pé, geração de renda e emprego, a expectativa é chegar em 2030 com 6 milhões de hectares de floresta manejada, apesar que já temos 4,7 milhões de hectares implantados, esta também é uma ação prioritária dentro do programa carbono neutro, por ter a possibilidade de reduzir em 16% as emissões de gases do efeito estufa até o ano de 2035”, disse Mauren.

Conduzindo a palestra, o juiz Rodrigo Curvo da Vara do Meio Ambiente    ressaltou os principais aspectos relacionados à preservação do meio ambiente, elencando referência aos documentos internacionais, desde a Conferência de Estocolmo de 72 até à Constituição no âmbito interno no Brasil.

“ A constituição de 88 tem um capítulo específico sobre o meio ambiente que é o artigo 225 especificamente, ou seja, a importância do engenheiro florestal. Neste   contexto, ele é um profissional fundamental para a preservação do meio ambiente. Então compreendemos que a Anotação de Responsabilidade Técnica, a ART é o documento que vai dar a certificação, validação   e tranquilidade expedido por um profissional legalmente habilitado”, detalhou o Juiz.

Já a representante do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e professora da UFMT Mariana Peres explanou sobre o Livro: “Um dia de Floresta – O Magnífico Mundo do Manejo Florestal Sustentável”, na qual é autora.

“ A obra veio com a ideia e identidade de fomentar a educação de qualidade para o público infantojuvenil.  Mato Grosso tem se despontado com esses temas de agronegócio, floresta, pecuária, agricultura na literatura infanto-juvenil, então cada vez mais autoras do estado estão trabalhando para mudar a cara do agronegócio dentro do Brasil. Esse movimento que é o primeiro livro de uma série de cinco obras com esse foco dessa categoria de educação, onde ele   propõe   mecanismo de discutir a temática já no ensino fundamental e médio, ou seja, algo que faltava na educação básica, que não tem sido discutida no país pelo menos a três décadas”, disse Mariana, que explicou sobre a parceria com a AMEF em desenvolver encontros dessa natureza, e a ideia da iniciativa engloba cem por cento dos municípios que têm floresta nativa.

O vice-presidente da Amef-MT, eng. florestal Cícero Ramos, disse que encontros como esse buscam a valorização da modalidade florestal. Portanto ouvir dos palestrantes como é importante para a categoria, principalmente temas dos juízes ligados à área    na qual o engenheiro florestal atua diretamente com avaliação, perícia e laudos auxiliando os magistrados nas tomadas de decisões é “relevante”. “ E isso faz com que consigamos entender um pouco mais da nossa responsabilidade enquanto profissional da categoria”, disse Cícero.

O membro da Associação, eng. florestal Benedito Carlos de Almeida ficou feliz em participar e principalmente pelos temas abordados serem aplicados no dia a dia do profissional da área que vão para além das discussões técnicas também sendo debatidos temas da parte jurídica, sendo aplicados em algum procedimento técnico, laudo ou até mesmo relatório, se está dentro daquilo que a lei permite fazer ou não. Segundo Benedito, as questões jurídicas estão intrinsecamente ligadas às atividades desenvolvidas pelo engenheiro florestal.

O conselheiro do Crea-MT membro da Câmara Especializada de Engenharia Florestal, eng. florestal André Baby, explanou que o encontro foi um dia   importante para a engenharia florestal. Uma das ciências que mais possui o DNA da sustentabilidade, do uso ordenado dos recursos naturais. Ciência com capacidade de criar, restaurar, utilizar, produzir, construir, manejar, não só floresta como também recursos naturais disponíveis. Ciência com capacidade de planejar, desenvolver, inovar e aprimorar cada vez mais o nosso território. “ A engenharia está apta a trabalhar no campo privado, público, financeiro, econômico, é uma ciência com desenvoltura e capacidade técnica para empreender e resolver problemas propondo soluções para as necessidades do século XXI. Devemos nos orgulhar cada vez mais dessa categoria profissional”, disse Baby.

Para a  engenheira florestal Sandra Susi Alves   é  uma grande alegria participar, pois como o juiz disse, os engenheiros florestais são  protagonistas de toda essa política de Meio Ambiente para o   país, então a data comemorativa vem reforçar essa história  lembrando as pessoas que não conseguem observar a rotina desse profissional, na qual trazem  isso a sociedade, mostrando que   são  “profissionais” e que estão  aqui nesse contexto   Ambiental do  Brasil destacando a grande importância  do setor Florestal no país.

O encontro contou com a participação da conselheira da Câmara de Engenharia Florestal do Crea-MT Rondônia Renilda Aires. “Vejo que Mato Grosso está bastante avançado em relação à Rondônia que é um estado pequeno e ainda em desenvolvimento, porém   a Engenharia Florestal, pelo menos em nosso estado, tem uma concorrência fortíssima com outras profissões no caso da Agronomia e gestor ambiental, biólogo, e por aí vai. Os assuntos tratados no Crea-MT foram excelentes e   pertinentes, tanto que são temas riquíssimos, principalmente na questão dos documentos relacionados a Engenharia Florestal”, disse a conselheira de Rondônia.

Durante o evento, foram realizadas outras palestras remotas e presenciais como do:   engenheiro florestal Frederico Tupinambá Simões, doutorando na Universidade de Valladolid na Espanha, com tema: “Tecnologia Lidar no setor Florestal”. O Dr.   Claudio Ângelo Correa Gonzaga, promotor de justiça de Itiquira-MT,  destacou as ações do MP/MT e atuação dos engenheiros florestais. Na oportunidade citou que o único prêmio que o MPMT ganhou teve participação do engenheiro florestal José Guilherme Roquette do MP/MT.   Já o eng. florestal Pedro de Almeida Salles, que é Analista Ambiental, especialista em Meio Ambiente, atua   no Serviço Florestal Brasileiro e presidente SBEF – Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, ministrou sobre: “O engenheiro florestal na sociedade, no uso racional das florestas e meio ambiente, da importância das associações”.

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Texto: Cristina Cavaleiro/ Foto: Rennan Kawahara/Comunicação Crea-MT