Homens do tempo – 03 de Março, Dia do Meteorologista

Gestão da crise energética, orientação na hora do plantio e previsão de catástrofes naturais com o objetivo de salvar vidas são algumas das contribuições do profissional meteorologista. No dia 3 de março, Dia do Meteorologista, o objetivo é valorizar o profissional diante da sociedade

Definir a palavra meteorologia é fácil. No dicionário, ela consta como uma ciência que investiga os fenômenos atmosféricos. Difícil pode ser demonstrar o real valor que ela tem para a sociedade, já que muitas vezes a profissão não recebe o devido crédito. Por isso, lembrar que no dia 3 de março é comemorado o Dia do Meteorologista é uma das maneiras de destacar a profissão, mostrando um pouco mais das atribuições que esses profissionais desempenham.

Para se ter uma idéia, há entre 350 e 400 meteorologistas espalhados pelo Brasil. Mais da metade está atuando no Rio de Janeiro e em São Paulo, em setores dos ministérios da Agricultura, Aeronáutica, Ciência e Tecnologia, Marinha e Meio Ambiente. Além disso, as universidades públicas de todo o país também empregam profissionais dessa área.

Ao contrário do que muitos pensam o trabalho do meteorologista não se restringe a informar a previsão para os próximos dias. Para chegar ao resultado final, muitas funções devem ser desempenhadas. Primeiro é necessário coletar dados de superfície, radares e satélites para só depois processá-los. Nessa fase, é analisada a consistência desses dados e são feitas as devidas correções. O modelo de previsão de tempo e clima também deve ser decidido. Os modelos globais, regionais e de mesoescala são analisados e interpretados, de acordo com o valor de importância, para depois terem as informações divulgadas. Além disso, os meteorologistas formados atuam na área de ensino e também interagem com profissionais das áreas de hidrologia, agricultura, meio ambiente, oceanografia e geografia.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia, Prakki Satyamurty, existe uma falta de credibilidade da sociedade com a profissão. “Nosso produto principal é realmente a previsão do tempo, e a sua confiabilidade varia de região para região. Por não entender a complexidade da ciência, e por falta de uma cultura mais específica quanto à variabilidade climática, ainda não existe essa credibilidade”, afirma Prakki.

A importância para prever o tempo com antecedência está diretamente relacionada à economia do país. Proteger lavouras, propriedades e até mesmo vidas são algumas das muitas atribuições vinculadas ao trabalho do meteorologista. Em um momento como o que vivemos, de crise energética, o papel da meteorologia fica ainda mais evidente. “A meteorologia contribui para a gestão da crise energética, fornecendo produtos valiosos. Com o uso das informações, a economia pode chegar a alguns bilhões de dólares por ano. Claro que evitar a crise com as previsões não é possível, pois não conseguimos modificar o clima”, afirma Prakki.

Mas hoje há segurança e confiabilidade em 60% das previsões com cinco dias de antecedência e 85% para dois dias. A meteorologia tem hoje condições tecnológicas e científicas para expedir boletins de previsão climática, com até três meses de antecedência, que podem auxiliar muito o país. Por isso mesmo, a pedido da Gestão da Crise de Energia Elétrica, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos criou um site na Internet (http://www3.cptec.inpe.br/~energia) para disseminar as informações sobre as chuvas, as temperaturas e os níveis dos reservatórios. Todas essas observações subsidiam as discussões diárias e indicam um caminho para as pessoas que direcionam os planos da crise energética do país. Além disso, a SBMET, durante o próximo congresso da categoria, deverá realizar o seminário de Meteorologia Aplicada à Operação do Sistema Interligado Nacional de Energia. Esse encontro servirá para mostrar a importância da interação entre os profissionais da área e o setor energético. (Com Confea)

*Ascom/Crea-MT