Indústria começa importar arroz do RS

25 de outubro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Pela primeira vez na história da indústria do arroz de Mato Grosso as empresas estão precisando comprar o cereal em casca do Rio Grande do Sul para suprir a demanda das fábricas. Esta semana 40 toneladas já chegaram para abastecer o fabricante das marcas Tio Ico, Tio Bonini e Mãe Bonifácia. Ao todo, Joel Gonçalves Filho, dono da empresa e presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindarroz), afirma que deve comprar 4 mil toneladas. Segundo ele, outras beneficiadoras já começam a fazer o mesmo para evitar a interrupção da produção até a colheita da próxima safra mato-grossense, que começa na segunda quinzena de janeiro. Ele calcula serem necessárias 40 mil toneladas para manter o funcionamento da indústria local.

Gonçalves diz ter recorrido ao arroz do Sul, mesmo tendo que pagar frete e imposto, para não deixar faltar o produto no mercado. O arroz em casca do RS custa em média 28% mais barato que o de Mato Grosso. Mas essa diferença de preço acaba desaparecendo no pagamento do frete e do imposto para entrada do cereal no Estado. Por isso o empresário garante que não haverá alteração do preço para o varejo. Uma solução que o Sindarroz havia cogitado para o problema do desabastecimento era a realização de um leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com arroz rio-grandense exclusivo para Mato Grosso. Nesse leilão, na modalidade Valor de Escoamento de Produto (VEP), o governo federal subsidia o frete para que o produto chegue ao destino sem esse custo adicional.

Porém, o próprio Sindarroz solicitou à Conab uma postergação para dezembro do estudo de possibilidade do leilão. Isso porque Goiás e Tocantins embarcaram no pedido de Mato Grosso e queriam também ser beneficiados. Se a Conab ceder à solicitação desses Estados, a indústria local pode ficar em situação ainda mais difícil. Goiás não tem produção de arroz, apesar de ter a indústria. Lá, o governo dá isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para todo arroz em casca que entra. Com o VEP, a indústria de Goiás teria acesso ao arroz sem pagar frete e imposto, assim poderia vender para o Nordeste em condições melhores que Mato Grosso e ainda entrar no mercado local.

Fonte:Gazeta Digital