BRA terá dificuldade para vencer crise, diz mercado

24 de outubro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Nem mesmo a redução do número de vôos solicitada na semana passada, a ser confirmada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), poderá ajudar a BRA a sair da intensa crise que atravessa. A péssima situação financeira – resultado de anos de má administração, na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Estado – poderá levar a companhia a fechar as portas no curto prazo.

Para o consultor da área de aviação, Paulo Sampaio, as chances de a empresa encerrar suas atividades são muito fortes. “A companhia segue o mesmo caminho da Vasp e da Transbrasil”. Sampaio ressalta que não há indícios de que os investidores estrangeiros vão assumir a companhia, até porque existe uma limitação em relação à participação desses grupos em empresas aéreas que operam no Brasil.

“Também não vejo ninguém que pudesse estar interessado em comprar a BRA, principalmente, nesse momento”. Além dos problemas financeiros, Sampaio cita a dificuldade de relacionamento dos controladores (os irmãos Folegatti) com a sócia minoritária Brazil Air Partners, formada por fundos de investimentos, entre os quais o Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e pelos bancos Goldman Sachs e Bank of America.

Fontes ligadas ao setor lembram ainda que a parceria com a OceanAir não deu certo, o que mostra a dificuldade de relacionamento dos controladores da empresa. Segundo essas fontes, dívidas pendentes, personalidades fortes de seus presidentes e estratégias inconciliáveis teriam determinado o fim da aliança após três meses.

Especialistas avaliam que os freqüentes atrasos e cancelamento de vôos refletem uma situação financeira ruim. O número excessivo de reclamações de passageiros sobre atrasos e cancelamentos de vôos levou a Anac a determinar a realização de uma auditoria na empresa aérea no início de outubro. Entre 26 de agosto e 26 de setembro, a Anac registrou 454 queixas de passageiros contra a empresa. Dessas, 224 foram convertidas em infrações. Na semana passada a agência suspendeu as vendas de passagens internacionais da empresa, por conta de problemas com os dois Boeings 767 que fazem rotas para o exterior.

Fonte:São Paulo/AE