Ministério de Minas e Energia garante solução para problemas

20 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Compartilhar esta notícia

A solução para tirar o sistema elétrico estadual da situação-limite ainda não está formalizada, mas será anunciada amanhã. Há dois dias, representantes e técnicos do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se reúnem para definir os critérios e condições para que a usina térmica de Cuiabá volte a gerar energia para restabelecer a confiabilidade do sistema local, já que a térmica com capacidade instalada de 480 megawatts é capaz de suprir 70% da demanda mato-grossense. A planta completa hoje 26 dias de paralisação. Após uma parada de dez dias para manutenção, a usina não registrou mais o fornecimento de gás natural – seu principal insumo – por parte do governo boliviano.

Conforme informações repassadas pela assessoria de imprensa do Ministério (MME), a solução está sendo coordenada pela Aneel e falta na verdade a formalização do acordo traçado anteontem e ontem, em Brasília, “para se bater o martelo”.

A assessoria de imprensa da Empresa Produtora de Energia (EPE) – a controladora da usina Mário Covas – confirmou que a empresa participou ontem pela manhã da reunião e que nada ficou definido. “Optar pela geração a óleo diesel não é tão simples como parece. Além dos custos majorados, existem impeditivos contratuais”, alerta.

Assim como a EPE, o Ministério e a Aneel reconhecem a complexidade da decisão, porém frisam que a decisão levará pelo menos mais um dia para ser anunciada, pois todos os pontos estão sendo avaliados, principalmente aquele que se refere aos custos da geração a diesel, que comparada à geração a gás natural chega a ser de sete a dez vezes mais cara. Além de um preço diferenciado para esta matriz, a geração a diesel vai implicar em impacto nas contas de energia da população assistida pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). Os custos com o combustível são rateados pelas concessionárias que integram o SIN e repassadas nas contas de luz.

O MME ratifica que está empenhando na solução das duas pontas que envolvem a térmica e o governo boliviano. É uma é a retomada da usina e a outra é a assinatura de um contrato definitivo entre a operadora e o governo de Evo Morales. O encontro, que poderá ser decisivo, ainda não tem data confirmada pelo país vizinho.

COMPLEXIDADE – Mesmo a planta sendo bicombistível, ou seja, apta à geração de energia por gás natural ou diesel, acionar as turbinas utilizando o óleo diesel não é apenas uma questão técnica, ou cumprimento de uma decisão. Conforme reitera a EPE, além das definições sobre os custos e quem vai arcar com eles, há um impeditivo contratual. “O empecilho não é apenas a majoração de receita”, aponta a assessoria de imprensa. O contrato de venda de energia da EPE é com Furnas e prevê geração de energia por meio apenas do gás natural. “Além das formas de recomposição de receita, existe este empecilho”.

APAGÃO – Mais de 3,7 mil clientes – unidades consumidoras – da concessória local, Rede Cemat, ficaram ontem sem energia por 1h20. A interrupção foi ocasionada por problemas na distribuição por conta de um defeito na cruzeta do alimentador 8 da subestação da Cidade Alta. A concessionária informa que a chuva de ontem motivou o defeito e que ele nada tem haver com a paralisação da térmica. Falhas como esta, como aponta a assessoria, podem ocorrer a qualquer momento. O corte foi registrado das 9h48 até às 11h04 e deixou cerca de 15 mil sem energia. Na última terça-feira, defeito em outro alimentador, desta vez da subestação do Barro Duro, deixou quase mil unidades consumidoras sem luz, por cerca de 30 minutos, em duas ocorrências numa única manhã.

Fonte:Diário de Cuiabá