No Dia Internacional da Mulher, Crea-MT homenageia profissionais que transformam a engenharia, agronomia e geociências no Brasil

8 de março de 2025, às 8h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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O Dia Internacional da Mulher é uma data para refletir sobre as conquistas femininas e as transformações que elas proporcionaram em diversas áreas. No campo da engenharia, agronomia e geociências, as mulheres também se destacam, e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), por meio de ações como o Programa Mulher, tem o orgulho de apoiar e promover a presença delas em seus campos de atuação.

Pioneiras que transformaram o setor

Engenheira Agrônoma Johanna Döbereiner

Johanna Döbereiner (1924-2000), engenheira agrônoma, foi pioneira na biologia do solo, com pesquisas fundamentais para o crescimento do Brasil como um dos maiores produtores de soja do mundo. Suas contribuições para o Programa Nacional do Álcool e a fixação biológica do nitrogênio revolucionaram a agricultura nacional, sendo indicada ao Prêmio Nobel.

Geóloga Marília Regali

Na geologia, Marília Regali (1930-2018) foi referência nacional e internacional. Primeira palinóloga sul-americana, tornou-se também a primeira geóloga contratada pela Petrobras, em um tempo em que a empresa só empregava especialistas estrangeiros. Sua atuação foi essencial para a implantação da bioestratigrafia na empresa, permitindo a identificação da idade das rochas através dos fósseis contidos nelas. Além disso, contribuiu com a formação de novos profissionais como professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Engenheira Civil Enedina Alves Marques

Enedina Alves Marques (1913-1981), primeira engenheira negra do Brasil, teve uma trajetória marcante, sendo responsável por diversas obras de infraestrutura, como a Usina Capivari-Cachoeira no Paraná. Enedina foi chefe de hidráulica, chefe da divisão de estatísticas e do serviço de engenharia do Paraná, na Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Trabalhou no Plano Hidrelétrico do estado e atuou no aproveitamento das águas dos rio Iguaçu. Sua jornada, marcada pela superação e competência, segue sendo exemplo para todas as mulheres que escolhem seguir a carreira da engenharia.

O Programa Mulher do Crea-MT

O Crea-MT, por meio do Programa Mulher, tem se dedicado a criar oportunidades para mulheres nas áreas de engenharia, agronomia e geociências, promovendo um ambiente de inclusão e equidade no setor.

A coordenadora do Programa Mulher do Crea-MT, eng. civil Luanna Lima, destaca a importância da capacitação e do empoderamento feminino no setor.

“Desde o início, as mulheres engenheiras, agrônomas e geocientistas se deparam com o desafio de quebrar estereótipos e superar expectativas limitadas. A ideia de uma área dominada por homens é desafiada a cada conquista, mostrando que capacidade e talento não têm gênero. Uma das batalhas diárias é encontrar o equilíbrio entre as exigências do trabalho e o tempo para si mesma, para a família e para os interesses pessoais. Gerir uma carreira bem-sucedida não é fácil, e tentar se manter conectada com outras áreas da vida é um desafio constante”, disse.

Coordenadora do Programa Mulher do Crea-MT, eng. civil Luanna Lima | Foto: Igor Bastos

A engenheira civil também encorajou as mulheres a investirem na qualificação para impulsionar suas carreiras.

“Esteja sempre em busca de aprendizado, invista em cursos, workshops e treinamentos relacionados à sua área profissional e pessoal. Quanto mais você se capacitar, mais confiança terá em suas habilidades e melhor poderá atender às demandas. Esse é um dos objetivos do Programa Mulher: trazer essa aproximação com o sistema e com sua profissão”, finalizou.

A diretora-geral da Mútua-MT, engenheira civil Marciane Prevedello Curvo, também deixou uma mensagem para todas as engenheiras, agrônomas e geocientistas.

“Já são mais de 20 anos de dedicação, perseverança e paixão. Minha jornada no sistema Confea/Crea/Mútua foi repleta de desafios, mas também de conquistas e crescimento. Hoje, posso dizer que estou orgulhosa do que conquistei, mas também sei que ainda há muito a ser feito. A todas as mulheres que estão começando sua jornada, quero dizer: não desistam! O caminho pode ser difícil, mas a recompensa vale a pena. E a todas que já estão no caminho, quero dizer: sigamos juntas! Vamos continuar lutando e fazendo a diferença”, disse.

Neste Dia Internacional da Mulher, celebramos essas pioneiras e todas as mulheres que continuam a construir um futuro mais igualitário.

Texto: Maria Cecília Borges