Regulamentação da profissão de paisagista é debatida em Simpósio

4 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Não são somente as pessoas sem conhecimento ou aquelas que fazem determinados cursos oferecidos por revistas que se denominam profissional do paisagismo. Os arquitetos, agrônomos, botânicos e outros profissionais de várias formações, advogam para si o direito de serem reconhecidos como paisagistas e de exercerem a profissão. ‘A regulamentação da profissão de paisagista – novas conquistas’, tema de palestra no II Simpósio de Paisagismo da Amazônia, que acontecerá este mês em Belém, vai tratar sobre este assunto tão controverso.

Para mostrar que é imprescindível saber quem está habilitado a fazer mudanças no meio ambiente, sem comprometer gerações futuras e até mesmo a qualidade de vida da população mundial, o Simpósio aprofundará as discussões em torno da regulamentação da profissão de paisagista, para evitar o manejo inadequado dos recursos naturais sem a devida preocupação ambiental.

Um dos pontos curiosos levantados pelos especialistas que participarão do encontro está por conta do Brasil não possuir universidades com curso de graduação para formar paisagistas. O que se vê são cursos rápidos e poucas opções para pós-graduação na área, incapazes de atender o mercado em franco crescimento, em todo o Brasil. No entanto, o presidente da Associação Nacional de Paisagismo (ANP), Celso Bergamasco, revela que o atual quadro deverá ganhar novos ares em breve. ‘Como ponto positivo, podemos citar que o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas Gerais (CREA-MG) já habilita como técnico em paisagismo, os alunos oriundos de cursos técnicos daquele estado’, revelou.

Segundo Bergamasco, a necessidade de regulamentar a profissão é fundamental, uma vez que garante estabilidade e segurança aos profissionais que podem atuar na área e que, certamente, perdem clientes para pessoas não habilitadas. ‘Com a legalização, o mercado passará a dispor de profissionais habilitados, cada um em seu nível, de acordo com a complexidade da obra. Mas creio que isso só será possível com a oferta de cursos de graduação universitária em arquitetura paisagística e cursos técnicos reconhecidos pelos CREA’s de todo o Brasil’, afirmou.

Pela legislação, o Conselho Federal Nacional de Engenharia e Arquitetura (CONFEA) e o CREA, afirmam que a elaboração de projetos de paisagismo é prerrogativa do arquiteto. No entanto, a implantação de jardins é designada ao engenheiro agrônomo. Já segundo a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), a arquitetura é a responsável pela atuação na área de paisagismo, e os serviços relacionados à jardinagem são de competência da área de agricultura.

As universidades e escolas de arquitetura garantem, no máximo, três semestres da disciplina de paisagismo durante a formação dos alunos. Mas o que antes era opcional, agora é obrigatoriedade. Isso tudo porque os novos estudantes de arquitetura, que antes poderiam optar pela disciplina de ‘paisagismo’, agora têm a obrigação de estudar a matéria, que deve constar da grade curricular do aluno ao final do curso de graduação.

Para os estudantes de agronomia, o estudo das plantas ornamentais é o mais próximo que se pode chegar do paisagismo. Considerando que este profissional necessita obter noções multidisciplinares, que englobem conhecimentos detalhados em arquitetura, botânica, meio ambiente, agronomia e até mesmo artes plásticas, o trabalho desenvolvido por profissionais sem o conhecimento adequado, acaba causando prejuízo à natureza, ao consumidor e à classe. A situação fica agravada com a ausência de cursos de capacitação. Daí a necessidade de regulamentar a profissão.

As inscrições para o II Simpósio de Paisagismo podem ser feitas na Floricultura Yamanaka – Av. Duque de Caxias ,1049 ou na Gaby Comunicação – Av. Gentil Bittencourt, 348 – térreo. Informações : 3241-6244/88264365 ou pelo e-mail : paisagismo@interconect.com.br

Fonte: O Liberal (Pará)