Mutirão de limpeza marca início das obras do Jardim Botânico

31 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

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As obras no Jardim Botânico do Estado de Mato Grosso terão início com a realização do 1º Mutirão de Limpeza, que será realizado neste sábado (01.09), a partir das 9h. A próxima etapa consiste no fechamento da área, com a construção de cercas. Paralelamente às primeiras ações, já está sendo realizado o trabalho social com as oito famílias que moram dentro da área do Jardim, que serão remanejadas para outro local. Estas famílias receberão uma nova casa, que será construída na mesma região, com o objetivo de que os impactos da mudança sejam os menores possíveis.

O Jardim Botânico foi criado por meio da Lei estadual 8.370 de 10 de outubro de 2005, alterada pela Lei 8.849 de 26 de maio de 2006. Com uma área de 67.66,30 hectares, o Jardim Botânico está localizado na Avenida Antártica.

São duas áreas, separadas pela avenida. Do lado direito, onde a vegetação está mais preservada, uma vez que não há construções, será realizada a recuperação da mata. O projeto prevê a construção de uma trilha, onde a visitação só será permitida com o acompanhamento de guias.

Do lado esquerdo, onde há casas e construções antigas, será realizado o projeto arquitetônico desenvolvido pelo coordenador do Jardim, o arquiteto João Pedro D’Ornellas. Na área serão construídos um Centro de Vivência (Cevive), um espaço multiuso, um observatório da natureza, um auditório, um cyber café, uma praça central, um parque infantil e um sestiário. As casas e as construções antigas serão restauradas e mantidas dentro do projeto.

A administração do Jardim Botânico é feita pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que vem firmando várias parcerias para a implantação do projeto. O secretário de Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan, enfatizou que as parcerias são de extrema importância para alcançar o objetivo de que o Jardim Botânico de Mato Grosso seja um espaço destinado para a sociedade, um centro de pesquisa e educação ambiental.

“O objetivo do Jardim Botânico é justamente promover a conservação da flora dos biomas regionais, tornando-se um centro de educação ambiental, pesquisa, cultura, lazer e turismo, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental e de vida da população mato-grossense”, afirmou Daldegan.

PARCEIROS – Entre os parceiros da Sema neste projeto está a Associação de Promoção Humana e Social Uthopia, que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), especializada em consultoria e planejamento ambiental. Foi a Uthopia que fez a articulação para a construção das cercas no Jardim. Para este trabalho, haverá ainda o apoio do Juizado Volante Ambiental (Juvam), que fará a doação de todo o material necessário para a construção dos limites físicos da área.

Outro parceiro importante é a Organização Não Governamental Amaterra, que desenvolverá o projeto de reaproveitamento do resíduo do coco verde dentro do Jardim Botânico, envolvendo, no primeiro momento, a comunidade circunvizinha, por meio do treinamento destas pessoas para que também desenvolvam o trabalho, objetivando a geração de renda. Com o reaproveitamento da fibra do coco verde são feitos vasos para plantas, mantas, capachos, escovas e até estofados para carros.

A previsão é que todo o projeto arquitetônico seja concluído em quatro anos. Para isso a Sema continua buscando parceiros. O secretário ressaltou ainda que está sendo buscadas emendas parlamentares e que no Plano Plurianual 2008/2011 há previsão de R$ 800 mil para o Jardim Botânico.

COORDENAÇÃO – A coordenação do Jardim Botânico é feita pela Sema, que também promove pesquisa, conservação, preservação, educação ambiental e o lazer compatível com a finalidade de difundir o valor multicultural das plantas e sua utilização sustentável; proteger, inclusive, por meio de tecnologia apropriada de cultivos, espécies silvestres ou raras e ameaçadas de extinção, nos âmbitos local e regional, bem como resguardar espécies econômica e ecologicamente importantes para a restauração ou reabilitação de ecossistemas.

Ainda são funções da coordenadoria manter bancos de germoplasma ex situ e reservas genéticas in situ; realizar, de forma sistemática e organizada, registros e documentação de plantas, referentes ao acervo vegetal, visando à plena utilização para conservação e preservação da natureza, para pesquisa científica e educação e promover intercâmbio científico, técnico e cultural com entidades e órgãos nacionais e estrangeiros.

ÁREA – A área onde foi criado o Jardim Botânico, de propriedade do Estado, tem a vegetação predominante do cerrado além de contar com uma mata ciliar que aparece ao longo da margem do rio Cuiabá. A criação do parque teve como um dos principais objetivos a conservação dessa área.

A criação do Jardim atende o artigo 37 da Lei Complementar nº 38, de 1995, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente, estabelecendo a obrigação do Estado em criar museus e jardins botânicos representativos de seus principais ecossistemas, visando à pesquisa e à educação ambiental. Em 2003, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) baixou a Resolução n° 339, de 25 de setembro, que estabeleceu as formas de criação, normatização e funcionamento dos jardins botânicos.

O governador Blairo Maggi enviou para a Assembléia Legislativa a mensagem de número 65/2005, em setembro de 2005, propondo a criação do Jardim Botânico do Estado de Mato Grosso.

Fonte:Secom/MT