Brasil terá 1ª termelétrica mundial alimentada a capim

20 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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O Brasil vai ter, a partir do próximo ano, a primeira termelétrica mundial alimentada a capim. O acordo para o investimento de R$ 80 milhões no projeto de construção da usina, que será instalada na Bahia, foi fechado na quarta-feira (18).

O contrato foi assinado em Piracicaba (SP), durante o Simtec – Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira, a maior feira do setor do etanol brasileiro.

A tecnologia para a Usina de São Desidério, na Bahia, será fornecida pela Dedini, uma das principais empresas de equipamentos industriais para o setor sucroalcooleiro, que tem como cliente a Sykué Bioenergya.

A representante Ana Maria Diniz, da Sykué Bioenergya, afirmou que o objetivo do grupo baiano é “aumentar em dez vezes a capacidade desta primeira usina, que é de 30 megawatts, chegando a 300”, por meio da instalação de novas unidades.

A matéria-prima, capim elefante, “foi escolhida devido a sua alta capacidade de receber de energia solar e transformar em matéria celulósica, através de um ciclo de produção completamente limpo, renovável e economicamente viável”, disse Diniz.

O projeto permite ainda a obtenção de crédito de carbono no montante de 1 milhão de toneladas ano, que poderão ser vendidos no mercado internacional, gerando lucros adicionais aos da venda de eletricidade no mercado livre. A unidade deverá estar em operação em dezembro de 2008, segundo os promotores.

Para o “designer” do projeto, Paulo Puterman, a biomassa “pode ser um caminho eficaz para a crise anunciada que o Brasil vive na produção e distribuição”.

A principal fonte da geração de biomassa no Brasil atualmente são os resíduos da produção de cana-de-açúcar.

A capacidade de geração por meio dessa matéria-prima é de 45 quilowatts por tonelada, mas poderá triplicar nos próximos anos, graças ao melhor aproveitamento dos resíduos, incluindo o processamento da própria palha e das folhas da cana, para produção álcool celulósico.

Fonte:CarbonoBrasil