Lula responde às críticas realizadas sobre o etanol

6 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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A Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, realizada ontem em Bruxelas, na Bélgica, foi usada como tribunal pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, seu convidado de honra, para defender o etanol das recentes críticas internacionais sobre destruição ambiental e insegurança alimentar. Na quarta-feira, em Paris, um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) havia apontado que o aumento da produção de etanol e de biocombustíveis em países em desenvolvimento implicaria a elevação de 10% a 20% no preço internacional dos alimentos – prejudicando países pobres, em especial na África e na Ásia.

Ontem, diante de uma platéia de políticos, empresários e técnicos, Lula garantiu que as seguranças alimentar e energética não são incompatíveis e rebateu as críticas: “A experiência brasileira mostra ser incorreta a oposição entre uma agricultura voltada para a produção de alimentos e outra para a produção de energia. A fome no meu país diminuiu no mesmo período em que aumentou o uso de biocombustíveis”.

Lula chegou de Lisboa ao centro Charlemagne, em Bruxelas, onde ocorria o evento, ao meio-dia. Posou para fotos com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e ingressou no auditório, onde era aguardado como convidado especial. Ao ser chamado a discursar, o presidente brasileiro fez uma contra-ofensiva de 23 minutos aos críticos do etanol. De início, garantiu que a produção de cana-de-açúcar para fins energéticos não oferece risco ambiental à Amazônia. “A produção de cana ocupa 0,4% do território nacional. Essa região fica muito longe da Amazônia, que não se presta a esse plantio”.

A seguir, Lula enumerou exemplos de como o cultivo não implica em perda de lavouras para fins alimentares. Por fim, o presidente enumerou possíveis benefícios mundiais do biocombustível, entre os quais o que chamou de “democracia energética”. “Vinte países produzem a energia para cerca de 200 países. Mas, com os biocombustíveis, mais de cem países poderão produzir energia”.

Fonte:Gazeta Digital