EXCLUSIVO: Grupo internacional cobra posicionamento do Brasil quanto a medidas de combate ao aquecimento global
25 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Apesar do pouco tempo de existência – apenas cinco meses – a Avaaz, organização de ativismo online que lida com questões de urgência global como mudanças climáticas, pobreza e a crise no Oriente Médio, já conseguiu dar um “empurrãozinho” no Governo brasileiro em relação à responsabilidade do país no aquecimento global.
Avaaz significa “voz” em várias línguas européias e asiáticas. Sua missão é fazer uso da Internet para que a opinião pública mundial tenha peso nas decisões políticas internacionais. E a proposta caminha bem: lançado em janeiro de 2007, o grupo já conquistou mais de 1 milhão de membros em todo o mundo.
No dia 14 passado, essas vozes – pouco mais de 375 mil delas, de todo o planeta – chegaram ao embaixador brasileiro para questões climáticas, Sérgio Serra, que recebeu da coordenadora do grupo no Brasil, Graziela Tanaka, e do membro apoiador da Avaaz Kelson Senra, a maior petição sobre o aquecimento global de que se tem notícia.
A petição demanda o comprometimento dos líderes mundiais em reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa e apóia o estabelecimento, até o fim deste ano, de negociações para um tratado pós-Kyoto. O texto lembra que “as mudanças climáticas são a maior ameaça enfrentada pelo mundo atual, e resta pouco tempo para podermos acabar com ela”.
E conclama aos Líderes Mundiais: “Comecem a trabalhar para firmar um novo pacto mundial este ano. Estabeleçam metas globais compulsórias para emissões visando a reverter a catástrofe das mudanças climáticas. Tomem medidas ousadas imediatamente, que nós uniremos forças com vocês” (para assinar a petição, clique aqui).
Segundo Graziela, no encontro, Serra se comprometeu a transmitir os pedidos por um acordo pós-Kyoto ao presidente Lula e às negociações internacionais. Ele afirmou o compromisso do país em participar de um processo multilateral liderado pela ONU para as negociações de um novo acordo mundial.
“O Brasil não tem as mesmas metas que os países mais industrializados, não é responsabilizado pelo Tratado (de Kyoto), mas é uma das nações mais poluidoras. Como o país vai investir no controle de suas emissões foi um ponto em que a reunião deixou a desejar”, disse ela a AmbienteBrasil.
“Perguntamos se havia algum percentual concreto, algum tipo de planejamento e ele (Sérgio Serra) disse que não podia antecipar isso”, completa, lembrando o compromisso de Canadá, Japão e União Européia em reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa em 50%, até o ano de 2050.
A petição pelo combate ao aquecimento global carreou, no Brasil, cerca de quatro mil assinaturas. O documento já foi entregue a governos de Alemanha, França e Reino Unido.
Música pela Terra
A Avaaz está fazendo parceria com o Live Earth, série de concertos lançada oficialmente em fevereiro pelo hoje ativista ambiental e ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, que será apresentada a um público estimado em dois bilhões de espectadores via TV e internet, graças à colaboração de seu principal patrocinador, a Microsoft.
O Live Earth terá duração de 24 horas a partir do dia 7 de julho e será transmitido ao vivo em 120 países. O evento reunirá mais de cem artistas de todos os continentes e acontecerá em oito cidades, entre as quais o Rio de Janeiro, com show na praia de Copacabana.
A idéia da parceria é fazer com que as pessoas impossibilitadas de assistir aos shows ao vivo façam pequenos eventos onde possam se reunir e disseminar a preocupação com o aquecimento global.
Fonte:AmbienteBrasil