Uso da capacidade industrial é o maior desde 2003

6 de junho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Segundo CNI, indicador atingiu 82,6% em abril, ante 82,1% em março; real forte faz faturamento cair. O nível de utilização da capacidade instalada no setor industrial chegou a 82,6% em abril, o maior nível desde o início da série histórica calculada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2003. Em março, esse índice estava em 82,1%. O indicador mostra um constante e significativo aumento na produção industrial em 2007.

“O crescimento desse dado é positivo, pois mostra que o empresariado está operando mais e sinaliza expansão do ritmo de investimentos, já que as empresas precisarão expandir o parque fabril”, disse o economista Paulo Mol, da CNI.

No entanto, a valorização de 2,7% do real ante o dólar fez o faturamento da indústria de transformação cair em abril. Segundo os dados da CNI, as vendas reais caíram 0,9% em comparação com março, pelo critério dessazonalizado – que desconsidera os movimentos típicos de um dado período. O menor número de dias úteis no mês também levou à queda no faturamento. Mas os demais indicadores industriais – horas trabalhadas, emprego e salário – tiveram alta e mostraram que a produção da indústria está em nítido crescimento.

Apesar da perda de rentabilidade em abril, no acumulado do ano, o setor industrial registrou um crescimento de 4,8% nas vendas, mostrando que a atividade está em forte expansão. Confirma essa avaliação o crescimento das horas trabalhadas, dado que mais se aproxima da produção industrial. Esse indicador teve alta de 3,6% no primeiro quadrimestre e de 0,8% em abril ante março. O emprego cresceu 3,4% no ano e 0,5% de março para abril.

Segundo o economista, ao contrário de 2004, quando a utilização da capacidade subiu muito rapidamente, desde 2006 esse indicador vem subindo em uma trajetória mais gradual e constante. Na visão dele, isso não é motivo de preocupação, porque ocorre em um ambiente de expansão dos investimentos. ‘Os empresários já estão aumentando seu parque produtivo’, disse Mol, lembrando que níveis mais elevados de utilização da capacidade se concentram em alguns poucos setores, como metalurgia básica.

Somente o setor de alimentos e bebidas contribuiu com um ponto porcentual, fortemente influenciado pelas vendas de carne e também pela venda de açúcar e álcool. Por uma questão da forma de produção, as vendas de álcool combustível podem aparecer nas estatísticas de alimentos e bebidas porque freqüentemente a indústria de açúcar se transforma em fabricante de álcool.

Fonte:RDMONLINE