Dívida da atual safra já é de R$ 44 mi
22 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
A safra 06/07 de Mato Grosso, que ainda nem foi totalmente comercializada, já acumula prejuízo de R$ 44,4 milhões. Nem todas as regiões estão com saldo negativo, algumas até devem registrar um pequeno superávit, mas outras terão déficit de R$ 50 a R$ 100 por hectare. A projeção é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), deputado federal Homero Pereira. Segundo ele, o produtor que estiver em boa situação vai conseguir apenas cobrir o custo de produção. “Apesar da boa safra não estamos conseguindo traduzir isso em renda”. O principal vilão da história, conforme os representantes do setor, é a taxa de câmbio. Ou seja, o dólar estava mais alto quando da compra de insumos e mais baixo na hora da venda da soja. O assunto foi discutido ontem em uma reunião conjunta da Assembléia Legislativa com a subcomissão de Endividamento e Renda Rural da Câmara Federal.
Ontem mesmo a Comissão de Agricultura da Câmara Federal entregou ao ministro da área, Reinhold Stephanes, uma lista com 22 ações para sanear o setor. O ponto básico é resolver a questão do endividamento. A dívida agrícola no país soma R$ 100 bilhões e a do Estado, R$ 25 bilhões. É o resultado do que vem se acumulando desde 1994. “Não tem nenhuma novidade. Tudo que foi detectado naquele ano é a mesma coisa que se reclama hoje, mas nenhuma providência foi tomada e o valor só cresce”, frisa Homero Pereira destacando que os produtores não estão pedindo perdão da dívida, mas recuperação da renda.
Ele argumenta que como não há recomposição da renda, a cada ano é preciso renegociar parcelas da dívida. Pereira defende que é possível resolver o problema dos produtores sem prejudicar o restante da economia. “Enquanto o país vai bem, o setor produtivo acumula débitos”. Ele arrisca até dizer que o subsídio para a agricultura, como em outros países, pode ser a saída para o Brasil. “Já tive receio de dizer isso, mas agora não. Quem sabe subsidiar não seja a solução. Nossos concorrentes têm o subsídio, então temos que ter o mesmo tratamento”.
Fonte:Gazeta Digital