Sadia é a 1ª no Estado

4 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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A empresa Sadia Oeste, em Várzea Grande, é a primeira indústria de Mato Grosso a adotar o gás natural como matriz energética. Indiferente aos boatos dos últimos meses sobre um suposto apagão, a Sadia acreditou no projeto e investiu na compra de equipamentos para trocar a energia elétrica, que tem alta carga tributária e é bem mais cara, pelo gás. A substituição da eletricidade em parte dos equipamentos da planta frigorífica de Várzea Grande ocorreu em abril e está em fase experimental.

“Até agora, está funcionando perfeitamente”, disse ontem o presidente da Companhia Mato-grossense de Gás (MT Gás), Helny de Paula. A MT Gás é a estatal do governo que compra o gás da Bolívia e vende para a indústria e também para as distribuidoras, que por sua vez suprem os postos de combustíveis.

Helny informou que a Sadia está “queimando” 3 mil metros cúbicos de gás por dia em sua indústria, mas a meta é consumir 25 mil metros cúbicos diários nos próximos meses. Contrato neste sentido já foi firmado entre a estatal e a Sadia. O preço praticado pela MT Gás segue o valor médio dos postos revendedores: R$ 1,49/m³. O fornecimento está sendo feito por meio da distribuição virtual, em contêineres sobre carretas, igual ao que é feito para o suprimentos dos postos.

A reportagem do Diário de Cuiabá procurou ontem a Sadia para obter mais informações sobre o projeto, mas não obteve retorno. Uma fonte da supervisão da empresa afirmou desconhecer qualquer informação nesse sentido.

O presidente da MT Gás, Helny de Paula, afirmou que a meta do governo estadual é expandir o projeto do gás natural em Mato Grosso, prestando atendimento a todas as indústrias interessadas. “Temos um contrato de até 500 mil metros cúbicos de gás por dia com a Bolívia e não há a mínima possibilidade de falta o combustível. O que se tem divulgado sobre isso são boatos e especulações que só servem para trazer insegurança ao mercado”, afirmou ele.

Atualmente, a MT Gás recebe 350 mil metros cúbicos de gás da Bolívia, o suficiente para o suprimento interno. “Se precisarmos de mais, eles nos enviam imediatamente”, assegura o presidente da estatal mato-grossense.

CUSTOS – De acordo com estudos, a redução nos custos em relação à energia elétrica é de 50% para as empresas que utilizam o gás natural. Só no Distrito Industrial de Cuiabá estão instaladas e em funcionamento cerca de 110 empresas. Dessas, pelo menos 50% podem utilizar o gás.

EFICIÊNCIA TÉRMICA – As usinas termelétricas convencionais, queimando combustíveis fósseis, têm uma eficiência térmica da ordem de 30 a 40%, isto é, só estas percentagens da energia contida no combustível são transformadas em trabalho mecânico.

O restante é perdido em forma de calor, seja na exaustão ou na condensação do vapor. Em uma unidade de co-geração, a energia que seria inaproveitada é usada para prover calor a um processo, ou aquecimento de ambientes.

O gás natural, além de seu preço competitivo, é uma fonte energética que goza da vantagem da queima muito mais limpa que a dos derivados do petróleo.

“São inúmeros os ganhos econômicos obtidos pela escolha do gás natural como combustível, mas a principal vantagem é a preservação do meio ambiente. O gás natural é um combustível não-poluente. Sua combustão é limpa, isenta de fuligem e outros materiais que possam prejudicar o meio ambiente”, destaca Helny de Paula.

Fonte:Diário de Cuiabá