Saldo cresce 33% em MT

26 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

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A geração de empregos formais, aqueles com carteira de trabalho assinada, mostra reação em Mato Grosso neste ano. Na comparação trimestral de 2007 contra o realizado no ano passado, o estoque de vagas, ou seja, o saldo entre admissões e demissões, é 33,97% maior em relação ao registrado em igual período de 2006. Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem, pelo Ministério do Trabalho.

Mais do que contabilizar um percentual positivo, os números do acumulado de 2007 revelam que a reação na economia mato-grossense tem se refletido de maneira quantitativa no mercado de trabalho. Enquanto o saldo de março de 2006 registrou queda de 2,16% em relação a março de 2005, o mês passado encerrou com alta de 0,82%, percentual acima dos 0,52% registrado na média nacional. Para o Ministério, este percentual é o melhor já registrado no mês de março na série histórica do Caged. O estoque de empregos no Brasil é de 146,141 mil.

De acordo com os números, os três primeiros meses deste ano contabilizaram, entre demissões e admissões, saldo de 18,124 mil vagas, enquanto que no mesmo período de 2006 foram ofertadas 13,528 mil vagas. Em março foram admitidos 23,978 mil pessoas, enquanto 20,734 mil foram demitidas, nesta relação há saldo de 3,244 mil vagas. No acumulado do ano, as admissões somam 71,795 mil e as demissões 53,671 mil e saldo de 18,124 mil vagas. Os números atuais dão ao Estado o terceiro lugar em desempenho na região, perdendo apenas para o Distrito Federal, que mais demitiu do que contratou, com diferença de – 3,079 mil vagas.

A reação no mercado formal mato-grossense foi sinalizada desde janeiro, quando o saldo atingiu 6,620 mil vagas, o segundo melhor desempenho da região Centro-Oeste, perdendo apenas para Goiás, com estoque de 10,292 mil empregos.

Se para o Brasil março foi o melhor mês da série histórica, para Mato Grosso fevereiro trouxe os melhores resultados desde 1999. O saldo ficou em 8,260 mil vagas, o melhor resultado do Centro-Oeste. Como conseqüência do pico de colheita no Estado e da necessidade de mão-de-obra na capina das lavouras de algodão, a atividade agropecuária estadual teve o melhor desempenho do Brasil no período, com saldo de 3,882 mil vagas, crescimento de 5,45% em relação a fevereiro de 2006.

ATIVIDADES – A indústria de transformação e a atividade agropecuária continuam sendo os maiores contratadores de mão-de-obra no Estado. A indústria de transformação, que reúne os segmentos de produção de alimentos, bebidas, madeireiras e vestuário, fechou março com saldo de 1,187 mil vagas, número 1,48% acima do mês anterior. Já a atividade agropecuária registra em março crescimento de 1,31%, com 989 vagas de saldo. Na comparação com março de 2006, a atividade do campo contabiliza crescimento de 13,56% em relação ao saldo gerado em março de 2006.

ALERTA – O professor e doutor em Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), José Manuel Marta, observa que a reação na contratação de mão-de-obra vem sendo percebida pelo mercado, mesmo porque Mato Grosso tem sido sede de grandes projetos, como a implantação da Sadia em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) e também com projeto de expansão para Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá) e a Perdigão em atividade em Nova Mutum (269 quilômetros ao médio norte de Cuiabá).

“Há aumento quantitativo na oferta de empregos formais, porém os salários estão baixos níveis. O segmento agropecuário – nosso carro-chefe – recomeça, mas não remunera melhor”, argumenta Manuel.

Como o Estado dá espaço a grandes empreendimentos, o professor chama a atenção para a nova definição estrutural da economia, “voltada à urbanização. No momento, as vagas de melhor qualificação não estão sendo utilizadas, ainda, nestas contratações mais recentes. A oferta atual não é de emprego qualificado”.

ANÁLISE – A Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) prepara uma análise sobre o mercado de empregos formais do Estado nos últimos anos. Os números deverão ser apresentados até a próxima segunda-feira, pelo presidente em exercício, Piero Parini, e pelo assessor econômico, Carlos Vitor Timo Ribeiro.

Por conta da compilação dos dados, a entidade preferiu não se manifestar ontem sobre os números do Caged. Mas pelos informes econômicos emitidos neste ano pelo assessor, a reação do mercado estadual na contratação formal vem se confirmando mês a mês.

Fonte:Diário de Cuiabá