Confea debate reforma universitária na Câmara

18 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Integrar o parlamento à discussão sobre o futuro do ensino superior brasileiro. Com este fim, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados promoveu, na tarde desta terça-feira, 17/3, o seminário Universidade Nova.

Além dos parlamentares que integram a comissão, o encontro reuniu reitores de universidades federais, dirigentes de associações docentes, representantes das associações de estudantes e representantes do Ministério da Educação.

A proposta Universidade Nova implica uma transformação radical da atual arquitetura acadêmica da universidade pública brasileira. Os principais pontos da proposta são: fim da precocidade na escolha da carreira profissional, da seleção “pontual” e traumática para ingresso na graduação, da elitização da educação superior pública, e do distanciamento entre os cursos de graduação e pós-graduação, entre outros. Esses objetivos seriam atingidos com as alterações no modelo de ingresso nas instituições de ensino e com uma reestruturação da grade curricular, instituindo-se um bacharelado interdisciplinar.

Reforma urgente
Para o presidente da União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petta, o debate traz à tona a redefinição de um modelo que já não contempla as demandas da sociedade. “A última reforma universitária ocorreu em 1968 e foi, na verdade, uma contra-reforma, no auge da repressão militar. Essa defasagem traz reflexos diretos para nossos currículos, para a ciência, para as profissões e, em última análise, para a sociedade em geral. O projeto traz elementos importantes, como a flexibilização dos conteúdos, a transversalidade dos temas e o próprio fim do vestibular”, analisou Petta.

Conselho profissional
O Confea, e os demais conselhos das profissões regulamentadas, estiveram representados pelo conselheiro Federal arq. Fernando Costa, representante das Instituições de ensino superior de arquitetura no plenário do Conselho.

Ele expôs a necessidade da revisão universitária sob a ótica dos conselhos que regulamentam o exercício das profissões. “Nosso comprometimento é grande porque os conselhos das profissões regulamentadas trabalham exatamente com o produto humano que resulta da qualidade ou não do ensino”, afirmou.

Fernando Costa explicou que o Confea vem, ao longo do tempo, se adaptando à demanda acarretada pelo surgimento de novas modalidades profissionais. “O sistema profissional está se modernizando para atender à flexibilização trazida pela legislação educacional desde 1995. Nesse momento, por exemplo, estamos aplicando uma resolução que redefine as atribuições profissionais”, observou, referindo-se à Resolução 1.010. “Muito se fala da baixa qualidade de ensino e da expansão dos cursos. Isso é um problema que reverbera dentro do Confea e de nosso plenário, que também é reduzido”, finalizou Fernando Costa.

Fonte :Confea