Importações cresceram 88,67% no ano passado

16 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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As importações mato-grossenses por meio da Estação Aduaneira do Interior (Eadi), também conhecida como Porto Seco, sediada no Distrito Industrial de Cuiabá, registraram crescimento de 88,67% no ano passado, em relação a 2005, registrando movimentação de R$ 80,11 milhões para R$ 151,15 milhões. Na comparação com os números de 2004 (R$ 57,04 milhões), o incremento chega 165%, mantendo a evolução.

Os números foram divulgados pelo presidente da Eadi, Francisco de Almeida, o Chico Paiaguás. Ele revela que só no primeiro trimestre do ano (janeiro-março) o volume das importações já atinge R$ 64,07 milhões, cifras acima do realizado em 2004.

Para a Eadi, os meses “mais fracos” do ano são janeiro e fevereiro. “Se já chegamos a R$ 64,07 milhões nos primeiros três meses, poderemos ultrapassar com facilidade a marca de R$ 300 milhões até o final do ano”, estima Chico Paiaguás, que aponta o crescimento industrial do Estado como o principal fator para o incremento das importações.

Outra explicação para este crescimento, segundo ele, é a queda do dólar frente ao real. “Quem trabalha com importação está se dando muito bem”, anuncia o presidente do Porto Seco, informando que a aduana está recebendo produtos novos, como máquinas industriais, motocicletas, colheitadeiras de algodão e equipamentos para indústria de curtume, madeira, beneficiamento de algodão e frigoríficos.

Chico Paiaguás conta que boa parte das empresas que operam com importação está fazendo a distribuição de produtos como eletroeletrônicos, motocicletas e equipamentos de som e informática para outras regiões do país.

Segundo ele, os incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado também são um ótimo atrativo para as empresas importarem mais. Os benefícios prevêem redução sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de até 83,33% para produtos que não tenham similares produzidos em Mato Grosso.

“Temos certeza de que o Porto Seco Cuiabá é mais um atrativo para as indústrias virem a se instalar no Estado, contribuindo para que Mato Grosso não seja apenas produtor de matérias-primas, mas que também tenha condições de industrializar sua produção”, ressalta Paiaguás.

Ele explica ainda, que além das vantagens já citadas, todo o trâmite aduaneiro e o desembaraço da documentação tanto para importação quanto para exportação é feito no próprio Estado, facilitando os procedimentos para as empresas”, lembra Paiaguás. Também não é necessário o produtor se deslocar de Cuiabá até Santos e Paranaguá para acompanhar o processo, que chega a ser mais rápido em até três dias em relação aos portos exportadores.

O diretor do Porto Seco acredita que o aumento das importações poderá refletir no saldo da balança comercial de Mato Grosso. “Não é ruim para a nossa economia, pois a balança comercial não pode ser só saldo. É importante que, além das exportações, Mato Grosso continue importando de outros países, pois o intercâmbio comercial pressupõe via de mão dupla”.

Ele informa que o país que mais vende para o Brasil é a Argentina, seguido da China, Estados Unidos e Coréia.

“A vantagem do Porto Seco está na proximidade, rapidez e segurança para aqueles que operam com a aduana. O importador ou exportador pode fazer o acompanhamento de todo o processo, até à saída da carga e sem a burocracia que, normalmente, acaba desestimulando o operador”.

OPERAÇÃO – Além de importar equipamentos, as empresas também utilizam o Porto Seco para estocar matérias-primas. “Na importação, por meio do regime Entreposto Aduaneiro, as mercadorias enquanto depositadas na estação podem ficar até dois anos suspensas do pagamento de tributos federais, que podem chegar até 50% do valor das mercadorias. Os impostos são pagos de acordo com o valor de mercadorias retirado”, explica o presidente da Estação Aduaneira do Interior (Eadi), Chico Paiaguás.

O Porto Seco de Cuiabá é um terminal alfandegário que facilita a importação e exportação, com a prestação de serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro. Entretanto, a parte de exportação não está inoperante devido à inexistência de um terminal primário no porto, para o recebimento dos produtos.

“Estamos batalhando pela construção de uma estação no porto de Santos (SP), visando viabilizar as exportações mato-grossenses via Porto Seco”, disse Paiaguás.

Fonte:Diário de Cuiabá