Aneel autoriza reajuste
4 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Os mato-grossenses pagarão mais caro pela energia consumida a partir da zero hora do próximo domingo, dia 8. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o reajuste das tarifas das concessionárias de energia, entre elas a Centrais Elétricas Mato-grossense S/A. O Reajuste Tarifário Anual realizado todo mês de abril trará este ano percentuais médios de 7,81% para consumidores atendidos na baixa tensão e de 13,30% na alta tensão. Atualmente, a concessionária possui 838.166 clientes, sendo cerca de 80% clientes residenciais.
Até o momento, apenas a Cemat e a Empresa Energética do Mato Grosso do Sul (Enersul) tiveram o valor da tarifa revisto pela Agência na região Centro-Oeste, e na comparação entre as duas distribuidoras a mato-grossense obteve a maior alta. Para a Enersul, foram autorizados repasses de 3,46% para baixa tensão e 2,58% para alta. Para as distribuidoras que atendem Goiás e Distrito Federal, o reajuste anual acontece no segundo semestre.
De acordo com a Cemat, cerca de 80% dos clientes estão enquadrados na classe residencial. Do universo de consumidores, 834.832 estão na baixa tensão – como as residências – e 3.334 na alta tensão – como, por exemplo, as indústrias.
A assessoria de imprensa da Cemat observa que 11.125 indústrias são atendidas na baixa tensão e 1.059 na alta tensão. Dos 834.832 em baixa tensão, 668.285 são residenciais. “É preciso ter acesso aos detalhes da resolução para avaliar a extensão do reajuste nas classes de consumo”. A diretora da concessionária deverá comentar os números da Aneel amanhã, após a publicação da resolução.
Com o reajuste do ano passado, que para Cemat foi negativo, em 5,64% – primeiro desde que foi privatizada em 1997 -, a distribuidora ocupou o 42ª lugar no ranking de tarifas residenciais da Aneel entre as 64 em atuação no país. Até o dia 7, o preço do quilowatt-hora, livre de impostos, é de R$ 0,30500. Já a Enersul tem a tarifa mais cara do Brasil: R$ 0,41915.
Em 2004, a Aneel autorizou reajuste na tarifa de 14,81%. Em 2005 foram repassados 15,39% e no ano passado, levando em conta as variações entre as classes de consumo e o índice negativo da baixa tensão, o reajuste médio foi de 5,17%.
A tarifa também fica mais cara a partir do próximo domingo para os consumidores da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e Cemig Distribuição S/A, com altas de 3,48% e 4,02% e de 3,46% e 2,58%, respectivamente para baixa e alta tensões.
ABAIXO DO ESPERADO – As empresas encaminharam à Aneel pedidos de reajuste com os índices maiores do que os autorizados. A Enersul solicitou 21,72% de reajuste e a Cemig pediu 20,88%. As empresa CPFL e Cemat pediram 7,74% e 15,30%, respectivamente.
MAIS ALTA – Em abril do próximo ano será a vez da Revisão Tarifária Periódica atingir os mato-grossenses, com um reajuste de tarifa mais complexo e que para a Cemat é concedido pela Aneel a cada cinco anos. A revisão vai redefinir os valores do quilowatt-hora por meio da estrutura de custos da distribuidora e do comportamento do mercado no período. A última revisão foi anunciada em abril de 2003 e elevou a tarifa em 26%. Em ano de Revisão Tarifária Periódica, ela substitui o reajuste anual.
De acordo com a agência, o mecanismo de Reajuste Tarifário Anual tem como objetivo restabelecer o poder de compra da receita obtida por meio das tarifas adotadas pela concessionária.
A receita de distribuição é composta por duas parcelas: a “Parcela A, representada pelos custos não-gerenciáveis da empresa (encargos setoriais, encargos de transmissão e compra de energia para revenda), e a “Parcela B”, que agrega os custos gerenciáveis (despesas com operação e manutenção, despesas de capital).
Fonte:Diário de Cuiabá