Goldemberg defende forte papel da Amazônia na mitigação das mudanças climáticas

30 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Fonte: Amazonia.org.br

A única maneira real e concreta de diminuir o desmatamento na Amazônia é aumentar a presença do poder público na região. Leis, licenças, multas, registros e tudo mais não terão nenhum êxito sem a presença maciça do poder público fiscalizando a floresta. Esse foi o foco da argumentação do físico e ex-secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, durante debate com a imprensa e ONGs sobre a crise climática na última quarta-feira.

O pesquisador citou a experiência bem sucedida, em sua opinião, de contenção do desmatamento da Mata Atlântica, em São Paulo, com o aumento do efetivo da polícia ambiental para mais de duas mil pessoas para sustentar seu ponto de vista.

Segundo seu raciocínio, levando-se em consideração a dimensão da Amazônia, de cerca de 15 vezes a área de São Paulo, seriam necessárias aproximadamente 30 mil pessoas nesse trabalho.

Goldemberg mencionou a grande responsabilidade brasileira em relação às mudanças climáticas tendo em vista a emissão de aproximadamente 4% do total de gases estufa do planeta, dos quais terço disso é resultante direto do desmatamento da Amazônia.

Ele também defendeu a idéia polêmica de que em um cenário pós-2012, quando se encerrariam os compromissos assumidos pelos países que ratificaram o acordo de Kyoto de reduzir a emissão desses gases, um novo acordo internacional deve ter como base que cada país assuma a responsabilidade sobre sua emissão histórica no estabelecimento de metas, independente de sua situação atual de desenvolvimento.

Além disso, citou os “créditos de carbono” como possível solução financeira, tanto para conter o desmatamento, com o pagamento desses créditos pela emissão de gases estufa, quanto para o benefício do desmatamento evitado na região.