Produto começa a faltar
29 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Após a farra das “promoções” nos preços do álcool hidratado, os postos começam a enfrentar agora a falta do produto para revenda ao consumidor. Muitos já estão sem o combustível, enquanto outros têm estoques reduzidos. A justificativa das distribuidoras – a maioria delas sem o combustível – é de que não há álcool nas usinas. Quem ainda tem, como é o caso do posto Los Angeles, na Avenida Rubens de Mendonça (Av. do CPA), já comercializa o litro por R$ 2,05.
“A informação que temos é de que praticamente todas as distribuidoras estão sem álcool hidratado para vender aos postos”, disse ontem uma fonte do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo).
A Idaza Distribuidora é uma delas. Segundo o diretor comercial da empresa, Eduardo Piccini, desde a semana passada não há álcool hidratado na distribuidora. “A nossa empresa tem contrato de exclusividade com uma usina, que já não tem mais o combustível. Todas [usinas] aqui em Mato Grosso estão com problemas. Não sabemos onde comprar”. Em Mato Grosso, a Idaza atende cerca de 20 postos bandeirados. “Esperamos que até à próxima semana a situação seja normalizada”.
A Ale SAT também está sem estoque de álcool hidratado. “O problema começou há 15 dias e no momento nosso estoque está zerado. Os nossos caminhões estão nas usinas aguardando carregamento há vários dias”, conta um funcionário da empresa. A distribuidora atende mais de 60 postos “bandeira branca” (não-vinculados a uma marca exclusiva de distribuidora).
Com uma rede de 62 postos “bandeirados” em Mato Grosso, a distribuidora Simarelli está buscando o produto no Mato Grosso do Sul. “Aqui não há produto disponível para o nosso suprimento, por isso estamos comprando fora, mesmo pagando mais caro”, explica o diretor comercial, Orisvaldo Jacomini. Segundo ele, enquanto em Mato Grosso as usinas vendem em média o litro por R$ 0,80 para as distribuidoras, no Mato Grosso do Sul a distribuidora está pagando R$ 1,10. “Os preços estão subindo diariamente e, se a situação continuar nesse ritmo, vamos ter álcool por mais de R$ 2 na praça”.
A distribuidora Ipiranga ainda não esgotou todo seu estoque de álcool hidratado, mas a oferta está praticamente no fim. “As usinas alegam que não têm mais produto para vender, pois estão no fim da entressafra”, afirma o funcionário Ricardo Henrique. Por conta da escassez do álcool, a distribuidora foi obrigada a reduzir suas compras e racionar a venda aos 70 postos atendidos pela empresa. “Temos pouco estoque, dá só para mais alguns dias”, afirma Ricardo, lembrando que “não compensa comprar em outros estados por causa do frete e dos impostos”.
A Petroluz, que atende cerca de 150 postos em Mato Grosso, já está há mais de 15 dias sem álcool hidratado para vender aos postos. “O nosso estoque está zerado. A única usina que ainda tinha o produto está com seu estoque no fim. A desculpa das destilarias é a de que a moagem ainda não começou e elas estão operando com estoque residual”, afirma o diretor comercial da Petroluz, Paulo Roberto da Silva.
POSTOS -Boa parte deles já está sem álcool para vender e poucos ainda ofertam o produto. A situação parece mais tranqüila para os postos atendidos pela Petrobras (BR Distribuidora). É o caso do Posto Assembléia, que ainda tem um pouco do produto para vender. A rede Vip, com cinco postos em Cuiabá, também está com problemas. “Há várias semanas estamos trabalhando com estoque reduzido de álcool em nossos postos. A situação é crítica”, disse um dos gerentes da rede.
Fonte:Diário de Cuiabá