PAC: mais de R$ 80 bilhões para ampliar a geração de energia no Sudeste

27 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

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Dos R$ 80,8 bilhões designados para incrementar a capacidade energética do Sudeste, R$ 25 bilhões serão destinados para a produção de gás natural, no intuito de perseguir a auto-suficiência do produto. O investimento vai permitir que, em 2010, o País atinja os 39,2 milhões de metros cúbicos/dia.

O investimento em gás natural vai ao encontro do aumento do consumo nacional do produto. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o gás natural representa 9,4% da matriz energética do País, o triplo do registrado em meados dos anos 90. Atualmente, os 1,2 milhão de consumidores demandam mais de 50 milhões de m3/dia, enquanto que a produção foi de 26,8 milhões de m3/dia. Outros R$ 22,6 bilhões serão repassados para a melhoria da qualidade, ampliação do refino e crescimento da produção de petróleo e derivados.

Além disso, há projetos para construção e finalização de nove usinas hidrelétricas, de oito termelétricas, duas centrais eólicas, três termelétricas a biomassa e 15 PCHs (pequenas centrais elétricas). Uma delas é a Termelétrica de Cubatão, que terá capacidade para gerar 250 MW quando entrar em operação no segundo semestre de 2008. A usina vai funcionar com cogeração de energia elétrica e vapor e o sistema a ser utilizado vai reduzir em 70% as emissões de poluentes na atmosfera. Além disso, R$ 316 milhões serão aplicados na instalação de usinas de biodiesel e R$ 8,5 bilhões na produção de etanol.

Transportes

No caso da infra-estrutura logística serão investidos no Sudeste R$ 7,9 bilhões entre 2007 e 2010, em 16 projetos de construção, ampliação, adequação de rodovias, portos, linha férreas, bem como derrocagens e dragagens em portos da região.

Um deles é a construção, em parceira com o governo de São Paulo, do trecho sul do Rodoanel, com 61,4 quilômetros de extensão passando por Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo, Itapecerica da Serra e Embu. A obra vai evitar que veículos pesados e automóveis em passagem pela capital paulista trafeguem dentro da cidade, evitando grandes congestionamentos. Quando totalmente concluído, o Rodoanel terá 175 Km de extensão e vai beneficiar 15 milhões de pessoas.

Outra importante obra é a dragagem de aprofundamento no canal de acesso do Porto de Santos, que vai permitir a chegada de navios de maior porte no local. Essa intervenção vai contribuir para que o porto atinja seu potencial de expansão – 110 milhões de toneladas de carga/ano. O maior porto do País e da América Latina movimentou, em 2006, 75,2 milhões de toneladas de cargas, como álcool, petróleo, óleo vegetal, açúcar, carvão, soja e trigo.

Para ampliação e modernização dos aeroportos da região serão aplicados R$ 1,8 bilhão nos próximos quatro anos. Em todas as capitais haverá intervenções: Congonhas (SP), Santos Dumont e Tom Jobim (RJ), Vitória (ES), Confins (MG), além de Guarulhos (SP).

Para saneamento, habitação e universalização da energia elétrica serão mais R$ 41,8 bilhões, a segunda região do País a receber mais recursos para infra-estrutura social e urbana. Com eletricidade na zona rural serão beneficiadas 480 mil pessoas, no setor de habitação serão contempladas 1,78 milhão de moradores do Sudeste e 8,7 milhões de pessoas terão acesso a serviços de saneamento.

A região mais populosa e industrializada do País concentra 42,4% dos habitantes brasileiros e contribui com 54,9% (dado das Contas Regionais/IBGE/2004) do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ainda que essa participação venha caindo desde a década de 90. O Sudeste é responsável por 58,5% da produção da indústria de transformação (metalurgia básica, alimentos, celulose, móveis, vestuário etc) e 83,7% do setor extrativo mineral. É também a maior produtora de etanol, além de petróleo e gás natural – a maioria das reservas brasileiras se situam na região o que demanda um alto investimento na geração de energia, assim como nas intervenções de infra-estrutura social e urbana.

Fonte:www.brasil.gov.br/emquestao