Butantan produzirá vacina contra gripe aviária em 90 dias
2 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
Estudos já começaram e utilizam uma cepa do vírus H5N1, vindo da Indonésia.
O Instituto Butantan terá, em 90 dias, a primeira dose da vacina contra a gripe aviária do País. Os estudos já começaram e usam uma cepa do vírus H5N1 da Indonésia, que chegou na semana passada. A fábrica que produzirá as vacinas recebeu um investimento de R$ 70 milhões.
De acordo com o professor Isaías Raw, presidente da Fundação Butantan, a nova cepa é quatro vezes mais eficiente que a cepa vinda do Vietnã em 2006. Com a utilização de um adjuvante, que potencializa o efeito da vacina, o número de doses por pessoa cai de oito para duas.
As primeiras vacinas serão feitas em um laboratório com capacidade de produzir entre 20 e 100 mil doses. Em um ano, no entanto, a elaboração passa para a fábrica de vacinas, que recebeu o investimento de R$ 70 milhões por parte da Secretaria da Saúde e do Ministério da Saúde.
A capacidade dessa fábrica, em caso de epidemia, é de produzir 100 milhões de doses por ano ao custo de cerca de R$ 1 cada, segundo Raw. A possibilidade de a gripe aviária atingir o Brasil, no entanto, é remota, segundo o professor.
O centro de produção do Brasil será um dos cinco existentes no mundo. Dos outros quatro, dois ficam nos Estados Unidos, um na Inglaterra e um da Austrália. Para Raw, o Brasil tem de ter autonomia porque os demais países não terão vacinas para fornecer aos brasileiros em caso de contaminação. Para ele, também será possível enviar doses para os países vizinhos na América Latina.
A Organização Mundial de Sáude (OMS) teme que o H5N1 se modifique e passe a ser transmitido por contágio humano, o que poderia gerar uma pandemia. As contaminações humanas registradas até agora ocorreram através contato com aves infectadas.
O Brasil deverá ser o primeiro país a fabricar a vacina no Hemisfério Sul. A estratégia é criar um estoque que sirva como linha de frente caso se confirme a expectativa de uma pandemia , disse Isaías Raw, presidente da Fundação Butantã.
Fonte: Das agências Folhapress e Estado.