Nova tecnologia substitui inseticidas em lavouras
30 de janeiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
Uma nova tecnologia desenvolvida pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária pode reduzir em até 70% o uso de inseticidas no controle de uma das principais pragas que atacam a soja no Brasil.
A nova tecnologia, que está em fase final de testes, deve ser vendida para uma empresa privada de São Paulo, que pode colocá-la no mercado até o final do ano.
A pesquisa da Embrapa é desenvolvida com base na reprodução química dos feromônios do percevejo marrom (Euschistos heros), uma das principais pragas que atacam as lavouras de soja no país. O feromônio é um cheiro exalado pelo inseto para atrair o sexo oposto para o acasalamento. No caso dos percevejos marrons, quem exala esse cheiro são os machos.
Os pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma espécie de pastilha que exala o feromônio e atrai a fêmea para armadilhas feitas nas próprias plantações. A idéia de atrair as fêmeas é realizar uma amostragem do grau de infestação da lavoura. Ou seja, o produtor poderá verificar a quantidade desses insetos na plantação e, dependendo do número capturado, ele pode avaliar se há a necessidade ou não de fazer o controle da praga com a aplicação de inseticidas.
Segundo o responsável pela equipe que realiza a pesquisa da Embrapa, Miguel Borges, o percevejo marrom causa danos irreversíveis para a soja. “Esse percevejo suga os grãos de soja e, com isso, diminui o teor de óleo, lipídios e proteínas do grão. E, quando ele termina esse processo de alimentação, ele deixa o grão com um furo, o que possibilita a entrada de fungos e bactérias que podem causar doenças no grão de soja”, explicou.
O inseto atua em regiões de temperaturas mais elevadas, principalmente nas culturas de soja desenvolvidas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Para a lavoura de soja, o uso de inseticidas está chegando próximo a 6 milhões de litros por safra para o controle de percevejos. Com o feromônio, a gente espera que o produtor possa reduzir a aplicação de inseticida em até 70%”, disse Miguel Borges.
Fonte: Agência Brasil