Icentivos para a geração de energia

18 de janeiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Às vésperas do anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para segunda-feira, representantes dos maiores consumidores de energia no país foram ao Palácio do Planalto hoje pedir à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) melhores condições de financiamento como forma de atrair investimentos para ampliar o parque gerador de energia hidrelétrica.

De acordo com estudo da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), o custo da energia no Brasil faz com que alguns produtos percam competitividade no mercado internacional.

O aumento dos investimentos em hidrelétricas seria, segundo eles, um caminho para aumentar a competitividade da indústria, uma vez que a energia gerada a partir de fonte hidráulica normalmente é mais barata que a energia térmica.

Um dos representantes da associação na reunião, o diretor da Gerdau, Erico Sommer, destacou que no exterior, principalmente em países em desenvolvimento, que são os principais concorrentes em relação aos produtos brasileiros, os prazos de financiamento para empreendimentos de geração de energia são melhores.

Segundo Sommer, enquanto os prazos de financiamento chegam a 25 anos no exterior, no Brasil são de 14 anos. O período de carência também foi apontado como desvantajoso no Brasil. No exterior, haveria, de acordo com o executivo, dois anos de carência após a entrada em operação da usina, enquanto no Brasil começaria às vezes simultaneamente ou até mesmo antes do início do funcionamento das usinas.

‘No fundo esses pedidos de desoneração dos investimentos e condições de financiamento melhores para essa parte de geração de energia afeta todo o processo de investimento do país’, disse Sommer, ao comentar que há uma concordância da ministra de que a melhoria de condições para investimentos no setor faz parte do ‘destravamento do país’, e da busca de uma taxa de crescimento maior.

‘Tomara que entre alguma coisa no PAC. As nossas conversas com o governo não começaram agora. Então eles têm conhecimento das nossas preocupações. É possível que alguma coisa saia. Mas não é certo’, afirmou o presidente da associação, Mário Antônio Cilento.

De acordo com a Abrace, a energia elétrica representa, em alguns setores como cloro, soda, alumínio, ferro-liga e gás industrial, por exemplo, cerca de 40% dos custos da indústria.

PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online