*Em cidades grandes, apenas 36% das obras de água e esgoto estão prontas
28 de setembro de 2016, às 17h52 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
O Instituto Trata Brasil analisou 340 obras de água e esgoto do PAC 1 e do PAC 2 nas cidades com mais de 500 mil habitantes. São obras tocadas por empresas privadas de saneamento, municípios e estados com recursos federais. E traz um relatório completo e alarmante quanto a situação do saneamento básico no Brasil, que ser acessado AQUI e AQUI
O que podemos concluir é que nós, como sociedade, temos que começar a se interessar por esse recurso e pensar em uma regulamentação mais adequada pensando a transparência, direito à água e não comprometer o uso das futuras gerações.
Em janeiro de 2016, a ONU reconheceu o saneamento básico como um direito humano como mostra a nota acessando AQUI. Assista a reportagem que foi ao ar no Jornal Nacional clicando na foto abaixo:
Seis em cada dez obras de saneamento básico nas maiores cidades brasileiras estão paradas, atrasadas ou nem começaram. E não é por falta de dinheiro.
Quem passa pelo córrego trecho da favela de Paraisópolis, em São Paulo, precisa olhar bem para onde anda, para não pisar no esgoto.
No PAC 1, que começou há nove anos, 45% das obras ainda não estão concluídas. Já o PAC 2 foi lançado em 2011, e só tem 4% das obras prontas; 28% ainda nem começaram.
Analisando só as obras de esgoto do PAC 1, as regiões Sul e Sudeste estão quase perto do fim. No Nordeste, elas caminham para a fase final. No Centro-Oeste, metade das obras está atrasada. E no Norte, mal começaram.
As obras de saneamento básico são importantes para levar rede de água e esgoto para a casa dos moradores que, sem essas melhorias, acabam ficando expostos a várias doenças. As obras também acabam de vez com a paisagem que a gente ainda vê em quase toda cidade. Para moradores que vivem nessa situação, é difícil entender por que o saneamento básico não chega até eles.
Para o Trata Brasil não é falta de dinheiro. Só para essas obras os dois PACs juntos receberam R$ 22 bilhões.
“Esse levantamento de sete anos mostra que não basta ter recursos. Nós precisamos atuar nos problemas que acontecem depois que o recurso chega: acelerar as licenças ambientais, reduzir o prazo do dinheiro chegar de Brasília até as obras e melhorar essa coordenação entre estado, prefeitura e a empresa de água esgoto”, afirma Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil.
Os 537 mil moradores de bairros da Zona Oeste de Natal ainda não têm coleta de esgoto. As obras até começaram, mas há oito meses pararam. Não tinha para onde levar o esgoto.
A obra estação de tratamento só começou mais de um ano depois. A Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte disse que o atraso foi por causa da dificuldade na licença ambiental.
“O Brasil não vive mais só de vontade. Nós precisamos atuar efetivamente e resolver esse problema que é vergonhoso em pleno século 21”, conclui Édison Carlos.
O Ministério das Cidades declarou que a execução é de responsabilidade dos municípios, estados e prestadores de serviços.
*Kamila Barros Bonfim – é Engenheira Ambiental, graduada na Universidade de Cuiabá – UNIC, Perita Ambiental, Pós-graduando em Prevenção, Combate e Controle a Incêndios Florestais, com cursos na área de gerenciamento de projetos, resíduos sólidos, perícia ambiental, economia verde, geoprocessamento, cadastro ambiental rural e programa de regularização ambiental. Atua como Consultora na Ambiento Engenharia e Consultoria Ambiental e no SENAR MT. Está como Presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais de Mato Grosso – AEAM MT, Superintendente na Associação Nacional dos Engenheiros Ambientais ANEAM, Diretora do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Mato Grosso – Senge MT e coordena o Grupo de Trabalho Cidade Verde do projeto “Minha Cuiabá”.