Acessibilidade : Desenho Universal
21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Desenho Universal não significa apenas projetar espaços especiais para pessoas com necessidades especiais. É bem mais que isto. É assegurar que pesoas com restrições de colomoção tenham acesso a espaços físicos adequados e a mobiliários ergonômicos que atendam a necessidade de todos, conforto e estética.
Mas quem são os portadores de necessidades especiais?
Sempre associados a pessoas que necessitam de algum tipo de equipamento para se locomover, como cadeiras de rodas, muletas, etc. Mas todos nós, em algum momento de nossas vidas, passamos por restrições de locomoção, seja por uma fratura, cirurgia, labirintite, gravidez ou tantos outros motivos.
Portanto, desníveis em calçadas, buracos, caixas de correio mal localizadas podem vir a ser um problema para qualquer pessoa, e ainda mais têm de vencer também suas próprias limitações.
No Brasil, temos uma grande transformação na pirâmide etária. Nos últimos 50 anos o número de idosos, por exemplo, saltou de 2 milhões para 14 milhões, devido as novas descobertas da medicina. Ou seja, a população está vivendo cada vez mais e precisa viver cada vez melhor.
Quando a pessoa atinge a maturidade, aos 60 anos, e por algum motivo passa a depender de terceiros para realizar suas atividades mais simples, sua alto-estima é afetada. Além do preconceito e das barreiras arquitetônicas, os problemas de saúde aumentam, como a osteoporose, que atinge um terço das mulheres.
Devemos assegurar que os projetos já nasçam contemplando o direito de ir e vim de todo cidadão, tenha ele alguma limitação ou não. Vamos citar algumas situações:
∙ O direito da criança de usar rampas para entrar numa sala de aula lhe dá dignidade e aumenta sua auto-estima, por ter independência de locomoção.
∙ O direito que toda mãe tem de levar seu filho pra passear em um carrinho-de-bebê sem ter que desviar de um buraco ou desnível da calçada.
∙ Direito de uma pessoa com deficiência visual caminhar sem se chocar com uma caçamba ou até mesmo uma árvore plantada no meio da calçada.
Temos que ter o cuidado de desenvolver projetos incluindo esta população para não corrermos o risco de segregá-la ainda mais. Por exemplo, projetando rampas para que deficientes não sejam obrigados a entrar em um espaço separado dos demais. Da mesma forma, integrar o espaço para cadeiras-de-rodas e para cadeiras normais, para que o cadeirante fique perto de seus acompanhantes.
NORMAS TÉCNICAS DA ABNT
– calçadas
A calçada deve ter faixa de 1,20 metro de largura, no mínimo, para a circulação dos pedestres. O espaço tem que ser livre de obstáculos.
O piso precisa ser regular antiderrapante e sem degraus. Caso haja grelhas ou juntas, elas devem ficar embutidas com aberturas de 1,5 cm no máximo.
– Vagas Especiais
As vagas especiais em estacionamentos e edifícios devem ser sinalizadas com o Símbolo Internacional de Acesso. Além disso, as vagas têm que contar com faixa adicional com largura de 1,20 metro para a circulação de cidadão em cadeiras de rodas.
– Sanitários
As barras horizontais para o apoio e transferências, junto à bacia sanitária, na lateral e no fundo, estarão fixadas a 30 cm de altura em relação ao assento, com comprimento de 90 cm.
– Balcão de Atendimento
Balcões de atendimento devem estar a uma altura de 80 cm do piso, oferecendo em bom atendimento ao deficiente físico.
– Travessias
Nas travessias, o acesso às calçadas será através de rampas com declividade máxima de 8,33%. O piso tátil deve indicar aos deficientes visuais que ali existe a travessia.
– Rampas e Escadas
Rampas e escadas devem ter largura de 1,20 metro e corrimão em ambos os lados. O início e o fim do piso serão com textura diferenciada.
– Elevadores
Os elevadores devem ter as portas de 80 cm de largura. As medidas da cabina são as seguintes: 1,10 metro por 1,40 metro no mínimo. Além disso, devem dispor de sinais sonoros e táteis.
No futuro, com pesquisas que visem a criação de ambientes com desenho universal, podem ser desenvolvidos também novos materiais de construção com capacidade de amortizar quedas, novos dispositivos de segurança doméstica, equipamentos urbanos que permitam a todos maior conforto e segurança.
Arquiteta Marily Moreira
Associada nº 1769
e-mail: marily.moreira@uol.com.br