ÁLCOOL-Novos valores em vigor
23 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos
Depois de chegar a R$ 2,06 em 2006 e cair para até R$ 1,43 na semana passada, o preço do litro do álcool hidratado em Cuiabá retornou ao patamar de R$ 1,83 na maioria dos postos ‘bandeirados’ – postos exclusivos de uma determinada distribuidora -, principalmente, da Petrobrás.
A alta no valor de bomba atinge também postos de bandeira branca – livres para comprar de quem oferecer o menor preço -, que em média, realinharam o litro do combustível entre R$ 1,62 a R$ 1,65. Levando em consideração a menor cotação (R$ 1,43), a alta de R$ 0,40, representa incremento de quase 28% de uma semana para outra.
A dança dos preços está deixando os consumidores confusos. “Na semana passada abasteci meu carro com álcool a R$ 1,43. Na segunda-feira já paguei R$ 1,63 e hoje já estou vendo posto vendendo álcool por até R$ 1,83. Temos que andar um pouco mais para achar preços mais baixos, pois algumas revendas ainda continuam fazendo promoção”, afirma o bancário Carlos Henrique dos Santos.
A explicação para a flutuação constante nos preços é de que os postos que estavam fazendo a promoção não estão suportando o ‘achatamento’ da margem de lucro. “Já estávamos prevendo isto. É impossível para um posto vender álcool a R$ 1,43, sendo que o preço de custo está entre R$ 1,40 a R$ 1,45”, disse ontem uma fonte do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo).
Carlos Antônio Silva, gerente de um posto de gasolina da Avenida Rubens de Mendonça (Av. do CPA), conta que chegou a vender o litro do álcool por até R$ 1,43. “Mas era para acompanhar os concorrentes, que decidiram baixar os preços abruptamente. Se continuasse vendendo a R$ 1,65, certamente as minhas vendas iriam cair”. O posto realinhou os preços a R$ 1,63, acompanhando a média das demais revendas de Cuiabá.
“O nosso posto decidiu baixar os preços porque quase todo mundo estava vendendo álcool a R$ 1,43. Fizemos isso para não perder cliente”, argumenta Francisco Alves, encarregado de compras de um posto da Avenida Fernando Corrêa.
O Sindipetróleo explica que os postos decidiram realinhar os preços após uma “guerra” entre eles. “O mercado de revenda de combustíveis é bastante disputado e muitos se lançam a esta aventura de baixar os preços drasticamente. Mas quem sai perdendo é o próprio posto, pois o que ele deixou de ganhar ele não consegue recuperar após a campanha”, disse a fonte do sindicato.
MÁ NOTÍCIA – A tendência, segundo avaliação do Sindipetróleo, é de que os preços apresentem nova alta para o consumidor nos próximos dias. “Temos informações de que os preços do álcool anidro (produto misturado à gasolina), que estavam custando R$ 0,90 o litro na semana passada, já subiram para R$ 1,10/litro. O mesmo está acontecendo em relação ao álcool hidratado, que também teve uma alta nas usinas. Isso poderá levar a um aumento dos preços nos postos revendedores já a partir da próxima semana”.
De acordo com informações do Sindicato, o repasse nos preços na bomba será imediato. “Certamente, os postos não irão suportar este aumento e a alternativa será mesmo fazer um novo realinhamento de preços para cima”.
ESCASSEZ – O Sindipetróleo acredita também que esteja faltando álcool nas usinas. “Duas distribuidoras já entraram em contato com o sindicato, informando que estão tendo problema com compras. Já está começando a faltar o produto e isso preocupa ainda mais o segmento”, alerta a fonte.
Fonte:Diário de Cuiabá