Ampa defende a liberação do plantio de transgênicos

4 de junho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

Compartilhar esta notícia

O presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Sérgio De Marco, defende a liberação da tecnologia dos Organismos Geneticamente Modificados (OMGs) para a cultura do algodão. “Somos a favor do desenvolvimento de tecnologias que levem a um menor custo de produção e garantam mais competitividade dos nossos produtos”, justifica.

Segundo ele, a tecnologia dos transgênicos garante redução dos custos para os produtores e maior competitividade no mercado internacional. “Poderíamos reduzir nossos custos de produção entre US$ 200 e US$ 300 por hectare com a utilização do RR-BT2 (variedade hoje proibida), por exemplo”, afirma De Marco.

Ele aponta que os principais concorrentes do país, como Argentina, Austrália, Estados Unidos e Índia – utilizam largamente a tecnologia dos transgênicos. “Estamos atrasados nesta área e, quem perde com isto, é o país”, argumenta.

O pesquisador Clayton Bortolini, da Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) também aponta a biotecnologia como a solução para o país melhorar custos e aumentar competitividade. “Com os OGMs vamos ter uma economia expressiva com a aplicação de defensivos e agroquímicos. Acho que a única forma de reduzirmos custos é utilizando tecnologias na área de transgênicos”, frisa.

Bortolini alerta que se o Brasil excluir a biotecnologia de suas prioridades poderá perder substancial competitividade no mercado internacional, após um intenso trabalho de reestruturação do setor que contribui de forma significativa para a economia brasileira.

Especialista em algodão da Fundação Centro-Oeste, Eleusio Curvelo Freire, acredita que a variedade já autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) possa representar uma redução de 10% no custo de produção.

“A economia pode parecer pequena, mas com os índices de competitividade e com os lucros cada vez menores, uma redução de 10% no custo total de produção é uma grande vantagem para o produtor. Além disso, a redução pode chegar a 20% nos gastos com herbicidas e inseticidas”, avalia o pesquisador.

Freire lembra que atualmente existem diversas variedades de algodão transgênico, mas somente uma foi liberada. “As empresas nacionais vão entrar no mercado com uma defasagem de tempo, mas poderão conquistar o espaço porque o produtor já terá feito a experiência em suas lavouras e terá uma variedade adaptada à realidade da região”.

Outra vantagem que Freire vê com relação ao algodão transgênico desenvolvido pelas empresas de pesquisa será a cobrança de um royaltie menor do que o cobrado pelas empresas multinacionais. “A pesquisa brasileira está atrasada porque somente depois da liberação de uma variedade de algodão transgênico é que os contratos de licenciamento dos genes começaram a ser feitos”, diz.

Fonte:Diário de Cuiabá