Biomassa poderá responder por 25% da energia mundial
13 de fevereiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
O Brasil precisa se esforçar para não perder a primazia adquirida no campo da bioenergia –mas, ao mesmo tempo, não pode desprezar opções como as hidrelétricas, a grande aposta do governo hoje.
A opinião é de José Goldemberg, ex-secretário de Estado de Meio Ambiente de São Paulo e um dos maiores especialistas em energia do país.
Ele assina um artigo na edição especial sobre o tema na revista “Science” da última sexta-feira, e defende que outras fontes de energia renovável, como a eólica, não são boas opções para o país. O mesmo vale para a energia nuclear, outra aposta do governo, da qual Goldemberg é opositor histórico.
“Temos outras fontes melhores. Mesmo em termos mundiais, isso pode gerar alguns efeitos indiretos perigosos. Apoiar a energia nuclear pode ajudar países como o Irã ou a Coréia do Norte a desenvolverem suas armas nucleares”, disse Goldemberg à Folha.
No caso da energia eólica, diz, “a região boa para isso está apenas lá no Nordeste. Ao contrário da Dinamarca, que já tem 20% de sua energia gerada a partir dos ventos”.
Para o ex-secretário, professor aposentado da USP, o Brasil tem uma liderança muito grande no campo do etanol e não pode perdê-la.
“A biomassa, no futuro, poderá responder por 20% ou 25% da matriz energética mundial, ao contrário dos 13% de hoje. E dentro disso, o etanol brasileiro, feito de cana-de-açúcar, é muito melhor em termos de balanço energético [relação entre a energia usada para produzir a energia e a que é realmente disponibilizada no fim do processo] que o de milho, usado nos Estados Unidos”, afirma.
Fonte: Folha de S.Paulo