Brasil realiza primeiro levantamento de florestas públicas da história

MT leva desvantagem já que mais de 90% das áreas são indígenas

Pela primeira vez, o Brasil faz um levantamento das suas florestas públicas.

O trabalho vai orientar políticas de exploração sustentável das áreas verdes. Mas, para Mato Grosso, sua maior importância é servir como instrumento contra a invasão de terras e o desmatamento.

Salvaguardar um dos patrimônios mais visíveis do Brasil e conciliar a qualidade de vida da população. “É a primeira vez que o Brasil verifica onde estão as suas florestas públicas. Então esse passo é fundamental porque ao localizar essas florestas, o mapa vai ficar disponível para a Polícia Federal (PF) e todos os órgãos de combate à grilagem. O mapa é, sobretudo antigrilagem. É um mapa que identifica o patrimônio florestal e assegura a proteção desse patrimônio”, disse o pesquisador Adalberto Veríssimo.

O Brasil tem 193 milhões e 800 mil hectares de florestas federais, 23% do território nacional. Os dados são do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). São terras arrecadadas por órgãos públicos, unidades de conservação federal, reservas extrativistas e reservas indígenas. Agora elas fazem parte do cadastro nacional de florestas públicas. O objetivo é usar as áreas de manejo sustentável, como por exemplo, o reflorestamento, que deve assegurar a continuidade do processo de extração da madeira.

“O exemplo clássico são as florestas nacionais ou florestas estaduais. Você pode fazer a exploração madeireira dentro das regras de manejo sustentável. Então você retira a madeira da floresta, mas você pode retirar também outros produtos, no caso das reservas extrativistas, que elas são ao mesmo tempo, para a sustentação do modo de vida das populações extrativistas e permite a realização da atividade sócio-econômica e comercialização do produto”, disse Roberto Chiaranda, professor de manejo florestal.

Mato Grosso é o quarto Estado do país em área de florestas públicas federais, sem contar as reservas particulares, atrás de Amazonas, Pará e Roraima. O Pantanal e Chapada dos Guimarães são alguns exemplos, mas a maioria das florestas registradas é de reservas indígenas, cerca de 14 dos poucos mais de 15 milhões de hectares catalogados no Estado.

“Mato Grosso dispõe de poucas florestas públicas federais. De fato, esse mapeamento beneficia muito mais os Estados do Amazonas e do Pará, aonde há grandes estoques de florestas públicas, ainda legalmente passíveis de exploração econômica. No caso de Mato Grosso, boa parte das áreas federal é terras indígenas, portanto são áreas que não podem ser objetos de exploração madeireira” disse Adalberto Veríssimo.

Fonte:TVCA