Cadeia da seringueira é alternativa de renda a pequenos agricultores do Médio Araguaia

14 de janeiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

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Água Boa, MT – Uma nova alternativa econômica para dinamizar diferentes regiões e de incentivo à agricultura familiar está aos poucos se fortalecendo e sendo fomentada pelo Governo do Estado em parceria com prefeituras. A cadeia da heveicultura, – cultivo da seringueira -, que encontra terreno fértil e apresenta resultados práticos há vários anos em solo mato-grossense, começa a se tornar realidade para dezenas de pequenos produtores do Estado. Com o incentivo dos programas MT Floresta, no fomento, e a coordenação do MT Regional, através dos consórcios intermunicipais de desenvolvimento, esses agricultores estão sendo apresentados a uma nova chance de diversificação local que gera oportunidades de trabalho e renda, além de transformação das economias regionais e de ações de reflorestamento.

Um dos exemplos está no município de Água Boa (700 km a Leste de Cuiabá), onde com o apoio do Estado, quarenta pequenos produtores deram início ao plantio da seringueira. O projeto é coordenado pelo Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Médio Araguaia (Codema) e está em desenvolvimento em quatro, dos oito municípios integrantes do consórcio. São R$ 360 mil investidos pelo Estado (280 mil) e Prefeitura de Água Boa (80 mil) na aquisição de insumos e defensivos agrícolas para sustentar o plantio da seringueira.

Cada agricultor começou o plantio em duas hectares e a previsão é de corte dentro de seis a sete anos, com renda de até R$ 750,00 por hectare plantado, conforme explicou o engenheiro agrônomo e secretário executivo do Codema, Luiz Omar Pichetti.

“Além dos insumos e defensivos, o Estado fornece a assistência técnica e orientação aos agricultores. Essa é uma das mais dinâmicas alternativas de fomento à economias regionais, pois pode agregar diversos pequenos produtores e fortalecer o trabalho de cada um, além de ser um mercado que possui demanda”, afirmou Pichetti ao destacar a necessidade do mercado por borracha natural, uma vez que Mato Grosso é o segundo produtor nacional.

Integram inicialemente a cadeia da seringueira do Consórcio do Médio Araguaia, 180 pequenos agricultores nos municípios de Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte e Canarana, sendo que os quatro demais municípios do Codema já manifestaram interesse em participar do projeto.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL – Na sexta-feira (11), o governador Blairo Maggi junto com o secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon e o prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, visitaram uma das propriedades integrantes da cadeia da seringueira. No Assentamento Jaraguá, parte dos agricultores aderiu à iniciativa e deu o ponta-pé no plantio de mil mudas por hectare. É o caso de Arlindo Milkinel, mais conhecido como “Mano”, que está bastante animado com a nova cultura e já aguarda com expectativa a época de corte da seringueira. “É uma iniciativa que tem mercado e vai gerar benefícios para muitas famílias de agricultores. O Governo nos deu um ótimo incentivo para melhorar a agricultura”, disse todo animado, pois a cultivo da seringueira não impede que outras culturas sejam plantadas no mesmo espaço – na mesma área seu Arlindo plantou amendoim, mandioca e milho, cuja colheita é feita em menor espaço de tempo e é utilizada como apoio econômico até o corte da seringueira.

Maggi aposta na iniciativa, considerada um das âncoras do desenvolvimento regional em Mato Grosso. “A seringueira encontra solo fértil em Mato Groso e se apresenta como uma importante alternativa econômica para a agricultura familiar. E o Estado está presente nó fomento a essa cadeia como forma de agregar pequenos agricultores em torno de uma ação que possa gerar mais desenvolvimento e alternativa de renda”, enfatizou o governador ao ressaltar a aplicação dos recursos do programa MT Floresta na cadeia da heveicultura.

A investida do governo para desenvolver ações integradas de fomento, validação, transferência de tecnologia, pesquisa, assistência técnica, crédito e capacitação, envolve as secretarias de Projetos Estratégicos, de Desenvolvimento Rural, de Meio Ambiente, de Indústria, Comércio Minas e Energia, de Ciência e Tecnologia e de Infra-Estrutura, Empaer e Intermat.

MERCADO – A meta é aumentar a produção da heveicultura em diversas regiões de Mato Grosso por meio dos consórcios regionais, como o da Bacia do Alto Paraguai, o primeiro a incentivar a cadeia da seringueira que já apresenta os resultados práticos.

Mato Grosso colhe 15 mil toneladas de borracha numa área cultivada de 36 mil hectares. O Brasil é insuficiente na produção da seringueira. Só produz 100 mil toneladas, ante uma demanda de 300 mil toneladas do produto utilizado em uma infinidade de setores da economia. A previsão é de que em 2025, o Brasil deva consumir 1 milhão de toneladas de borracha.

Fonte:Secom/MT