Com nova base, economia brasileira cresce 3,7% em 2006
28 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Fonte:Da FolhaNews
Com a divulgação do novo sistema de contas nacionais, a expansão da economia brasileira em 2006 foi elevada de 2,9% para um crescimento de 3,7% – em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 2,3 trilhões. A taxa de investimento em 2006, pela nova metodologia, ficou em 16,8%, acima de 2005, quando a taxa apurada havia sido de 16,3%. Pela contas, o primeiro trimestre de 2006 passou de 1,2% na série antiga para 1,6%. O segundo trimestre passou de 0,6% para -0,5%, o terceiro trimestre foi de 0,8% para 2,6% e o quatro trimestre caiu de 1,1% para 0,9%. Segundo o coordenador de contas nacionais, Roberto Olinto, a nova série com ajustes sazonais conta com modelos mais instáveis do que o dado fechado para o ano. Olinto afirma que os números ainda estão sujeitos a revisões com a incorporação de mais dados trimestrais. “Porém, hoje esses números são os melhores que existem”, diz.
Pelo novo PIB de 2006, a Agropecuária foi o setor que mais cresceu, ficando em 4,1%, ante uma alta de 3,2% na série antiga. A indústria cresceu 2,8%, ante elevação de 3% na série antiga, enquanto os Serviços cresceram 3,7%, ante alta anterior de 2,4%.
Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também divulgou revisão dos dados entre 1995 e 2005. As maiores alterações para cima ocorreram entre os anos de 2002 a 2005. A expansão da economia em 2004, por exemplo, saltou de 4,9% para 5,7%. Em 2005, a economia passou a ter um crescimento de 2,9% em vez de 2,3% informados anteriormente.
A expansão de 2003 mais que dobrou ao sair de 0,5% para 1,1%. O PIB de 2002 também teve revisão para cima de quase um ponto percentual: de 1,9% para 2,7%. Mudanças As novas contas nacionais passam a contar com referência dados de 2000 e abrangem pesquisas anuais de Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e pesquisas domiciliares. Na pesquisa anterior, a referência era o ano de 1985. Além disso, os dados do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas também compõem a nova base.
Agora são 56 atividades econômicas e 110 produtos, contra 43 atividades e 80 produtos calculados anteriormente.
O setor de Telecomunicações dá lugar aos Serviços de Informação. Ele contará além de telecomunicações com consultoria em hardware, software, processamento de dados, atividade de banco de dados e distribuição on-line, atividade cinematográfica, atividades de rádio e agências de notícias.
Uma das grandes novidades da nova pesquisa é que a depreciação dos ativos do governo passa a fazer parte da conta do PIB. Isso significa que a estimativa do crescimento real do governo, que pesa cerca de 15% do total do produto, foi ampliado. Dessa forma, o valor bruto da produção do governo passará a ser feito pela soma dos gastos de custeio (consumo intermediário), as remunerações dos funcionários e o consumo do capital fixo (depreciação).
A atividade de intermediação financeira, por exemplo, ganhou maior abrangência e passam a ser contabilizados os fundos de investimentos.
O terceiro setor, como ONGs, igrejas e clubes, são agora contabilizados sob a ótica da demanda, ao lado de consumo do governo, consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e exportação e importação.