Conselheiros do Crea-MT publicam estudo sobre correlação entre mortalidade por choque elétrico e IDH no Brasil
3 de abril de 2025, às 14h11 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Um estudo conduzido por conselheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) revelou uma forte correlação entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a mortalidade por choque elétrico no Brasil. A pesquisa, publicada pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), analisou dados do Sistema de Informações do SUS (DataSUS) entre 2012 e 2021.
O estudo foi realizado pelos engenheiros eletricistas Danilo Ferreira de Souza e Walter Aguiar, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de São Paulo (USP) e da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Conforme ilustrado na Figura 1, estados com menor IDH, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, registraram taxas significativamente mais altas de acidentes fatais causados por choques elétricos.

Outro dado preocupante revelado pela pesquisa é a concentração dessas fatalidades entre trabalhadores adultos, sendo 89% dos casos registrados entre homens. A faixa etária mais atingida está entre 20 e 60 anos, com um pico de incidência entre 20 e 29 anos. Os autores do estudo destacam a necessidade de reforçar medidas preventivas no ambiente profissional, especialmente em setores de maior exposição ao risco elétrico.
A pesquisa também evidenciou desafios na infraestrutura elétrica residencial no país: apenas 29% das residências brasileiras possuem projetos elétricos formais, e somente 21% dispõem de dispositivos de segurança como o Interruptor Diferencial Residual (IDR). Para mitigar esses riscos, os pesquisadores sugerem iniciativas como campanhas educativas, isenção tributária para dispositivos de proteção e a instalação gratuita desses equipamentos para famílias de baixa renda.
Além disso, o estudo recomenda melhorias estruturais na distribuição de energia elétrica, incluindo a ampliação do uso de sistemas subterrâneos ou isolados, reduzindo a exposição da população a riscos de acidentes fatais.
A pesquisa reforça a importância da atuação conjunta entre engenheiros, instituições acadêmicas e órgãos reguladores para aprimorar a segurança elétrica no Brasil, promovendo soluções eficazes para a redução das fatalidades causadas por choques elétricos. Acesse o estudo completo aqui.
Texto: Assessoria de Comunicação do Crea-MT