Continua o trabalho de desassoreamento dos córregos
19 de janeiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Equipes do Departamento de Serviços Urbanos continuam o trabalho de desassoreamento dos córregos que cortam a cidade, para evitar danos provocados por chuvas já que as estações de meteorologia apontam para a possibilidade de aumento nas precipitações pluviométricas para os próximos dias.
Cléver Leite, diretor de serviços urbanos, inspecionou a foz dos córregos que deságuam no rio Cuiabá e Coxipó e constatou aumento na deposição de entulhos, inutilizando, praticamente, todo o esforço realizado desde o mês de agosto quando se iniciaram as ações preventivas contra danos provocados por chuvas.
As equipes de limpeza já atuam com quase 600 homens em diversos locais da cidade e estão no limite da capacidade de utilização dos equipamentos contratados pela Secretaria Municipal de Infra-estrutura para essa finalidade.
“É um caso de deseducação coletiva” – o neologismo foi cunhado pelo diretor de serviços urbanos – para explicar o que vem acontecendo; “já não basta o abandono dos terrenos baldios pelos proprietários; agora temos um problema de outra natureza: os moradores acreditam que descartando, simplesmente, o lixo e utensílios inservíveis do interior das casas e lançando sobre terrenos baldios ou nas margens das ruas, estarão evitando possíveis problemas em suas residências. Isso não é verdade”, reforçou o diretor, “esse tipo de trabalho, tipo formiguinha, só faz acumular lixo nas linhas de talvegue e aí não tem jeito, a natureza faz o seu trabalho e a enxurrada leva todo esse material para os córregos e as enchentes ou inundações acontecem da mesma forma e até com mais intensidade, pois, aquilo que antes estava dentro de casa passa a ficar exposto à ação da chuva.
Os alagamentos e inundações na cidade são provocados em grande medida pela “deseducação coletiva. A Secretaria limpa um “bolsão de lixo” num dia e, no outro, constata que os moradores repetem o comportamento e, de forma até irresponsável, passam a criticar a Prefeitura, como se não fossem eles próprios os causadores desse tipo de problema”, desabafou Cléver Leite que, apesar dos problemas, motiva diariamente todos os que estão engajados nos serviços de limpeza.
Para o diretor de serviços urbanos só ações educativas não resolvem mais; o descarte de detritos nos córregos é um comportamento tão incorporado aos costumes que, exemplificou, “mal acabamos de limpar o Córrego do Gambá, onde a água chegou a invadir casas no Bairro São Matheus, e, ontem mesmo, removemos troncos de mangueira que estavam lançados no leito do mesmo córrego de onde já havíamos retirado mais de 85 toneladas de lixo” e, aproveitou para assinalar, “assim, as coisas só tendem a se agravar pois a Prefeitura não pode substituir o cidadão naquilo que se refere a condutas individuais; não há orçamento que resista até pela baixa retribuição em impostos municipais, como é o caso do IPTU que não paga sequer a coleta de lixo”, concluiu.
Fonte: 24 Horas News