Crea-MT homenageia engenheiros ambientais do Sistema pelo dia
30 de janeiro de 2021, às 17h02 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
O engenheiro ambiental é essencial para garantir às atuais e futuras gerações, o acesso ao Meio Ambiente equilibrado e saudável. Foi com esse propósito que o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) Juares Samaniego homenageia todos os engenheiros ambientais do Sistema Confea/Crea e Mútua, pelo dia, celebrado nacionalmente em 31 de janeiro.
Para representar todos esses profissionais, o Crea-MT entrevistou a presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais de Mato Grosso (AEAM-MT), Kamila Barros, destacando a entidade na qual ela preside e as características que diferenciam o engenheiro Ambiental dos profissionais de outras modalidades.
Comunicação do Crea-MT- Qual é a principal diferença do Engenheiro ambiental para os demais profissionais da área tecnológica?
Kamila Barros – Podemos dizer que é um profissional singular e que se destaca pela sua visão holística. E, o planejamento é fortemente determinado pela visão com a qual é concebido.
Os Engenheiros Ambientais podem ser muito bem aproveitados pela sociedade por essa característica. Por exemplo, na atual crise hídrica que estamos vivendo, sabemos que a maior parte dos problemas relacionados aos recursos hídricos, tem como causas principais a sua má utilização e, destacadamente, a falta de planejamento.
O Engenheiro Ambiental entende com clareza que os recursos naturais estão interligados e são dependentes. Ou seja, quando o curso de um rio é alterado para levar esgotos para longe de uma determinada área, acaba por poluir outra. Da mesma forma, a impermeabilização do solo em uma região provoca o escoamento de águas para outra, que passa a sofrer com enchentes. É notável entender que o desmatamento é um fator de peso na crise hídrica, e que as áreas ribeirinhas precisam ser recuperadas e preservadas para que se tenha disponibilidade dos recursos hídricos.
Com certeza, teríamos um cenário diferente se nos órgãos públicos na sua maioria contassem com um Engenheiro Ambiental atuante, que participasse das ações de planejamento e execução de atividades voltadas ao ambiente. Não posso afirmar que todos os problemas relacionados à crise hídrica seriam resolvidos por Engenheiros Ambientais, mas a diversidade de ações que desencadeiam efeitos adversos ao ambiente tem demonstrado a necessidade de profissionais capacitados tecnicamente e que entendam a relação entre meio ambiente, desenvolvimento e sociedade.
Comunicação – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Kamila Barros – Acredito que a engenharia ambiental já está consolidada no mercado de trabalho, mesmo que ainda haja um enorme potencial para crescimento. Costumo dizer que não somos muitos, mas estamos nos popularizando. Indubitável é que o espaço do engenheiro ambiental no mercado de trabalho tem crescido nos últimos anos, com destaque na área de saneamento básico. O engenheiro ambiental tem atuado significativamente e com muita competência no abastecimento de água, no esgotamento sanitário, na limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos urbanos e industriais. Como resultado, vagas têm sido abertas não apenas no setor privado, mas também no público, embora o mercado esteja extremamente seletivo. De forma semelhante, temos tido oportunidades no setor privado, isto é, na indústria, em construtoras, em empresas de consultoria e gerenciamento ambiental, em escritórios de engenharia, na área acadêmica etc.
Comunicação- Na sua opinião, qual a importância da Entidade de Classe para o fortalecimento da categoria?
Kamila Barros –A AEAM-MT foi fundada em meados de 2012 e 2013 e veio oriunda de estudantes que estavam entrando no mercado e sentiram a necessidade de representatividade no estado, têm atuado intensamente em favor do engenheiro ambiental junto à sociedade mato-grossense principalmente em ações voltadas para inserção do profissional em vagas no setor público e privado, com destaque para eventos que e ações sociais para unir e capacitar a categoria. A entidade de Classe é a imagem e a representação de todos os engenheiros ambientais no Estado de Mato Grosso. Por isso, devemos nos unir a ela para que possamos buscar cada vez mais integração e fortalecimento da categoria.
Comunicação- Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Kamila Barros – Em primeiro lugar, priorizem na vida profissional e pessoal os princípios éticos e os valores morais. Não esqueçam que o engenheiro ambiental trabalha com equipes multidisciplinares e, sob esta perspectiva, além da sua aptidão e competência na engenharia, busquem conhecimento em outras áreas como gestão de negócios, marketing, vendas, relações interpessoais e principalmente estar sempre atualizado com a legislação ambiental estadual e federal. Por fim, aos que desejam se especializar em uma área específica, existe uma escassez no mercado de trabalho por profissionais consultores ambientais. Sem dúvidas, é uma oportunidade para ser diferenciado no mercado.
Cristina Cavaleiro/ Gerência de Relações Públicas, Marketing e Parlamentar(GEMAR)