Crea-MT participa de reunião nacional em Brasília com CCEEE e Aneel

19 de maio de 2021, às 10h40 - Tempo de leitura aproximado: 5 minutos

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O coordenador   da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE) do Crea Mato Grosso, conselheiro, engenheiro eletricista, Edson Domingues de Miranda, participou   terça-feira, 18 de maio em Brasília da 2ª reunião nacional ordinária da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica (CCEEE).  O encontro misto, realizado de 17 a 19 de maio, com representantes de forma presencial e online, contou com a participação do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), engenheiro eletricista Sandoval Feitosa, que apresentou as ações do órgão regulador para evitar aumentos tarifários e retomar o crescimento econômico do País.  Na oportunidade, o coordenador da CEEE do Crea- MT, engenheiro eletricista Edson de  Miranda, solicitou ao diretor Aneel uma rigorosa fiscalização na concessionaria regional Energisa.

“ Muitos prazos não estão de acordo com resolução 414 e principalmente uma regulação aos períodos de contrato de fornecimento, onde a concessionária após todos os tramites do cliente e engenheiros ficam aguardando um longo prazo para elaboração do contrato, além do tempo de obras de grandes clientes, que mesmo com a participação financeira do interessado, chega   até a 540 dias para ficar pronto o serviço”, disse Edson.

De acordo com o diretor, as ações de gestão da tarifa realizadas para mitigar os aumentos nas contas foram possíveis porque a agência e os agentes do setor foram sensíveis à situação do Brasil, da pandemia e do cenário hidrológico em 2020. Ele explicou que foram empreendidos esforços para atenuar o encarecimento tarifário, reduzindo em R$ 18,83 bilhões o impacto de um crescimento de custos projetado em R$ 29,57 bilhões. “Sem a atuação da Aneel, o reajuste da tarifa seria de 18,20%. Com o pacote de medidas, esse ajuste foi inferior a dois dígitos”, comentou o palestrante, mencionando que o efeito médio tarifário foi de 8,93% em abril.

Confira a apresentação da Aneel

Paralelamente às soluções de mitigação, o órgão regulador tem trabalhado para que a economia volte a crescer. “Em 2020, em meio à pandemia, o maior leilão de infraestrutura do Brasil foi no segmento de transmissão com investimentos previstos de R$ 7,34 bilhões, o que abrange 15 mil empregos, 1.958 km de novas linhas de transmissão e 6.420 MVA em capacidade de transformação, com contratos vigentes por 30 anos, em nove estados do País”, detalhou Feitosa.

As licitações são realizadas pela Aneel duas vezes por ano. O certame do primeiro semestre de 2021 prevê capital de R$ 1,30 bilhão e 3 mil novos postos de trabalho, em geral ocupados por engenheiros de diversas áreas. “E tem muito mais: a previsão é de que o segundo leilão deste ano seja próximo de R$ 1,9 bilhão em investimentos e gere 5.700 de empregos diretos”. Neste projeto, como sinalizou o gestor, estão inclusas as soluções para a crise energética do Amapá.

A retomada do desenvolvimento econômico passa pela ampliação da matriz elétrica, na avaliação do diretor. Em abril foi registrada expansão de 324,45 MW e, para o ano, a previsão é de 1.007 MW. A região Nordeste tem papel fundamental neste panorama, especialmente os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. “É uma nova fronteira de desenvolvimento energético com fontes de energia solar e eólica. Deixará de ser o polígono da seca para ser o polígono do sol e do vento, com muito potencial”, ressaltou, frisando que os profissionais da Engenharia têm o compromisso de mudar a vida e a realidade das pessoas daquela região.

A geração distribuída de energia também sinaliza boas perspectivas: já são mais de 5,7 GW instalados e o crescimento foi superior a 117% no ano passado. Nessa modalidade, a energia elétrica é gerada pelo agente no local ou próximo de onde será consumida. Residências, empresas e indústrias podem ser as fontes geradoras.

O Brasil tem condições para liderar a próxima revolução energética, segundo o engenheiro eletricista e diretor da Aneel

Outra expectativa é ampliar para o restante do Brasil a experiência da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no segmento de geração distribuída com microrredes. Essa tecnologia consiste em sistemas elétricos independentes, uma espécie de “ilha de energia”, na qual a geração, o armazenamento e o consumo podem funcionar conectados ou não à rede de distribuição.

Os geradores que fazem parte das microrredes podem vender a energia gerada para a companhia e, com isso, alimentar um grupo de consumidores próximos, conforme informações da Copel. A distribuidora fica responsável pelo controle e segurança da operação. Uma manobra bastante promissora em casos de contingência, uma vez que, enquanto a distribuidora repara a rede, ela pode isolar o sistema e manter o consumidor abastecido.

Pela projeção da Aneel, o projeto-piloto irá gerar 480 GWh/ano, 2.500 empregos e R$ 400 milhões em investimentos. Se expandido nacionalmente, terá o potencial de 38 mil GWh/ano, 198 mil contratos de trabalho e capital de R$ 31 bilhões.

 

Outros assuntos debatidos durante o encontro

A verificação  de atividades relativas ao exercício ilegal da profissão pelo Corpo de Bombeiros nos Regionais, bem como a  fiscalização da rede de transmissão de energia elétrica,  do salário mínimo  profissional, conforme a  Resolução nº 397/1995 do Confea, a realização de planejamento da operação de fiscalização dos provedores de internet,  preâmbulo sobre cada grupo, modalidade dos títulos profissionais do Sistema Confea/Crea, conforme Decisão Plenária PL1062/2019, de 08/07/19 e a Deliberação CEEP 150/2021 e o combate ao acobertamento profissional.

Cristina Cavaleiro/ Gerência de Relações Públicas, Marketing e Parlamentar (GEMAR) com informações do Confea