Crea-MT ressalta atividade da Engenharia Mecânica em entrevista mensal
2 de agosto de 2023, às 12h16 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A entrevista deste mês de agosto do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) destaca o trabalho desenvolvido pelos engenheiros mecânicos, responsáveis por desenvolver e fazer a manutenção de máquinas e equipamentos para diversos tipos de indústria: automotiva, aeronáutica, eletrodomésticos, informática a afins.
Valorosa a profissão escolhida pelo eng. mecânico Leandro Lourenço de Oliveira Dias, cursada em 2011 pela Universidade de Itaúna em Minas Gerais, o profissional também tem pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e mestrado em Ambiente e Saúde ambas pela Universidade de Cuiabá. Hoje trabalha como Engenheiro de Manutenção sênior em uma empresa na área de geração de energia elétrica. Mesmo com duas especializações, para ele o conhecimento tem que ser continuo e é com esse pensamento está cursando Engenharia de Confiabilidade na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Crea-MT: O que mais chamou a sua atenção para entrar na área de Engenharia Mecânica?
Leandro: Desde criança demonstrava o interesse em consertar meus carrinhos e bicicleta. Após do término do ensino médio, como ocorre com a maioria dos jovens, bateu aquela indecisão de qual curso escolher e carreira a seguir. Depois de permanecer por quase três anos no Senai tive a certeza de que gostaria de ingressar na área da Engenharia Mecânica, principalmente pela capacidade de converter recursos naturais em “formas”, visando o atendimento às necessidades da sociedade, inclusive respeitando os princípios éticos e humanísticos. É como gostaria de ser visto pelo mercado como um profissional transformador.
Crea-MT: Qual o maior desafio do eng. mecânico?
Leandro: Seria audacioso ao indicar o maior desafio do engenheiro mecânico na atualidade. Por isso, prefiro citar dois: em primeiro lugar a comunicação. O engenheiro precisa saber se comunicar, principalmente por meio da escrita. Fazer com que as pessoas o entendam é tão importante quanto ser bom tecnicamente. E em segundo lugar, a tecnologia. As empresas estão investindo em projetos que empregam o uso de: Internet Industrial das Coisas, Big Data Analytics, Inteligência Artificial, Nuvem e em outras ferramentas e metodologias tecnológicas para monitorar, em tempo real, seus ativos e dados, visando a tomada de decisões com informações corretas e assertivas. O engenheiro mecânico que não desenvolver habilidades tecnológicas ficará desatualizado e perderá oportunidades.
Crea-MT: Como é o mercado de trabalho para o engenheiro dessa modalidade?
Leandro: A evolução da humanidade é um processo contínuo, mas sofre saltos esporádicos devido à ocorrência de crises e fatores diversos. Recentemente atravessamos uma pandemia que acelerou os avanços tecnológicos, proporcionando mudanças significativas na sociedade e no mercado de trabalho. Na área da Engenharia Mecânica não foi diferente, ela continuará a ser responsável pelo projeto, fabricação, construção, montagem e manutenção de todos os mecanismos e estruturas que conduzem o processo produtivo nos mais diversos segmentos industriais. Entretanto, alguns setores estão empregando um número maior de engenheiros mecânicos, impulsionados pelos avanços tecnológicos, em áreas como a biomedicina, na fabricação de membros artificiais e na simulação, visando antecipadamente a identificação de possíveis defeitos e/ou falhas; na área petroquímica atuando tanto na engenharia de processo, quanto na engenharia de produção, como em projeto do grande número de tubulações existentes e também na indústria automotiva.
Crea-MT: Como o senhor avalia o campo de atuação da engenharia mecânica em Mato Grosso?
Leandro: O campo de atuação é bom e com oportunidades distintas. O estado de Mato Grosso é um dos maiores produtores de grãos e enfrenta um colapso de armazenagem, pois não há armazéns suficientes para guardar as safras. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a capacidade de armazenagem de grãos no Brasil cresce a metade em relação à produção anual. Atuar na construção e manutenção de grandes silos é uma oportunidade no Estado, além de Mato Grosso possuir diversos empreendimentos de geração de energia elétrica por meio das usinas CGH (Central Geradora Hidrelétrica), PCH (Pequena Central Hidrelétrica) e UHE (Usina Hidrelétrica), que demandam de profissionais da modalidade de mecânica para a gestão e manutenção das turbinas hidráulicas e demais equipamentos.
Texto: Ana Frutuoso (com supervisão de Cristina Cavaleiro); Fotos: Arquivo pessoal