Crea propõe ao governo nova estatal de telefone no Paraná

9 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea/PR), Álvaro José Cabrini Jr, enviou um documento técnico ao governador Roberto Requião (PMDB) nesta semana sugerindo a criação de uma nova estatal telefônica.
De acordo com o documento enviado pelo presidente do Crea, a incorporação da Sercomtel S/A – Telecomunicações, de Londrina, pela Companhia Paranaense de Energia (Copel)

possibilitaria um aporte tecnológico, além do financeiro, que permitiria que se criasse uma nova empresa denominada “Companhia de Telecomunicações do Paraná”.
Segundo Cabrini, o Crea vem debatendo projetos estratégicos ao desenvolvimento do Estado desde 2001, a partir de uma lógica estrutural e uma dinâmica de discussão peculiar ao exercício das profissões ligadas ao sistema Crea. Para ele, a participação efetiva da engenharia, da arquitetura e da agronomia é fundamental na formulação de políticas públicas “porque possui um olhar eminentemente técnico”.

“É o papel do Conselho apoiar e sugerir todas as iniciativas que visem defender e estimular empresas públicas que venham gerar a inserção dos profissionais do Sistema no mercado de trabalho”, disse o presidente do Crea, para quem “há a necessidade de se agregar o conhecimento e a memória técnicos das profissões, que oportunizem o desenvolvimento e a socialização das novas tecnologias à sociedade”.

Cabrini salientou que a Sercomtel já possui a concessão e a tecnologia necessárias para operar comercialmente e, que, o Estado também possui serviços de telecomunicações que cobrem os principais pontos do território paranaense.

“Se a Sercomtel se somar ao potencial da Copel Telecomunicações, que detém tecnologia de ponta para a transmissão de dados por meio de rede de fibra óptica de alta qualidade e profissionais qualificados, poderíamos reconstituir uma estatal telefônica”, defendeu Álvaro José Cabrini Jr.

“O Crea/PR sugere e apóia iniciativas do Governo para a criação de uma nova empresa, aqui inicialmente denominada de “Companhia de Telecomunicações do Paraná”, a partir do redesenho da Sercomtel com a Companhia Paranaense de Energia (Copel)”, enfatizou o presidente, “desde que seu controle acionário permaneça nas mãos do Estado do Paraná”.

Telepar foi privatizada em 1998
Criada em 1963, a Companhia de Telecomunicações do Paraná (Telepar) foi privatizada no governo do presidente Fernando Herinque Cardoso. A partir da venda dos ativos da empresa fora formada uma holding, hoje intitulada “Brasil Telecom”. O governo do Paraná detinha ações da Telepar, mas o acionista majoritário era o sistema Telebrás – o governo federal, que tinha como norte de atuação a política do “Estado mínimo”.

Após a privatização da Telepar, houve milhares de demissões na companhia. De cerca de 5 mil trabalhadores, a Brasil Telecom reduziu o quadro num primeiro momento para cerca de 2 mil empregados.

Desde a privatização dos serviços de telecomunicações, que coincidiram com a redução de profissionais, as companhias telefônicas vêm colecionando ano a ano o primeiro lugar em reclamações de usuários nos órgãos de defesa do consumidor. Segundo esses organismos, os consumidores consideram que os serviços são prestados com ineficiência e têm os preços muito altos, dentre outras queixas.

Fonte:Crea-PR