Elizangela Silva conta sobre sua experiência como técnica em alimentos e fala sobre o curso
18 de setembro de 2017, às 9h28 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
A Técnica em Alimentos, Elizangela Silva Cardoso, de 37 anos nasceu em Cuiabá e, aos dezoito, após terminar o ensino médio começou a trabalhar em uma empresa multinacional na capital do Estado, como operadora de máquina e com o tempo e muita dedicação, foi promovida a líder de produção e de controle de qualidade. Nesse período veio o interesse em fazer o curso Técnico em Alimentos, com aulas inclusive aos sábados, mas que tem piso salarial de R$3.800,00 (Três Mil e Oitocentos Reais). Com incentivo da família, colegas, determinação, comprometimento e por ser uma profissional proativa, Elizangela hoje é a responsável técnica numa empresa de grande porte e já faz planos para fazer o curso de Engenheira de Alimentos.
1- Onde e quando se formou e, por que escolheu este curso?
Formei na escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), no ano de 2016, em Cuiabá. Escolhi o curso de Técnica em Alimentos, porque já atuava na área de alimentos, trabalhando com controle de produção em uma multinacional japonesa e com isso ampliei meus conhecimentos, minha área de atuação, além dos ganhos salariais.
2- Que trabalhos podem ser desenvolvidos por um Técnico em Alimentos?
O Técnico em Alimentos é um profissional que avalia alimentos, sejam eles matéria-prima ou produto final. A avaliação levada a cabo pelo Técnico em Alimentos tem como objetivo a inovação e a colaboração no desenvolvimento de novos produtos, assim como, a verificação da qualidade dos alimentos, a análise da sua constituição química e as suas propriedades alimentares, de origem animal e de origem vegetal. Assim, ele pode atuar em várias áreas tais como: Bioquímica, Microbiologia e Legislação de Alimentos, Matemática Aplicada, Informática, Análise Sensorial, Gestão Ambiental, de Qualidade e de Processos Industriais, Higienização na Indústria de Alimentos, Embalagens Alimentícias, entre outras.
3- Quais são os maiores desafios de sua atuação dentro do mercado de Mato Grosso?
Existe pouca mão de obra qualificada para trabalhar na área em Mato Grosso, precisamos capacitar pessoas para conseguir montar uma equipe, falta também qualificação dos fornecedores e há dificuldade de encontrar matéria prima de qualidade, que atendam às exigências das empresas que trabalham no ramo.
4 – Como é atuar como Técnica em Alimentos, que faz, por exemplo, análises de alimentos e coordenação de processos produtivos?
O Técnico em Alimentos é um profissional que avalia alimentos, desde a matéria-prima ou produto final e em todas as etapas do processamento, existe um controle por amostragem para análise laboratorial físico-química. No meu caso, as análises são realizadas com equipamentos e materiais adequados e de acordo com procedimentos do PQC (Programa de Qualidade do Café) emitido pela ABIC (Associação Brasileira de Indústria de Café), assim como a verificação da qualidade dos alimentos, garantindo ao consumidor um produto final com qualidade e segurança. Resumindo, trabalha-se para que o produto final possua realmente as características designadas no rótulo. Além disso, alguns tipos de análise de alimentos, realizados em laboratório, podem ser aplicados. Parte dessas análises, são, inclusive, obrigatórias por lei para o processamento e venda de alimentos. Como alguns exemplos, segue alguns utilizados na avaliação e controle da qualidade desses produtos. Na indústria que atuo como técnica é realizado análises físico – química em todo processo de industrialização do café: as análises físico-químicas são utilizadas para medir importantes características dos alimentos. Além disso, as análises são utilizadas para o controle de qualidade, é por meio destas análises que conseguimos determinar, por exemplo, a cor, umidade, volumetria, retenção. Outras análises mais criteriosas são encaminhadas para laboratórios externos credenciados, onde são realizadas análises semestrais, conforme as análises microscópicas; macroscópicas; microbiológicas e sensoriais.
5- Como você vê, como técnica registrada e habilitada, a participação em uma entidade de classe?
É uma forma de reconhecimento e responsabilidade do profissional.
6 – A partir de sua experiência e conhecimentos adquiridos, que conselhos você daria para os estudantes que decidiram fazer o mesmo curso que você e aos profissionais que estão entrando no mercado de trabalho?
Muita dedicação e comprometimento, pois o curso de Técnico em Alimentos é uma área que abrange muita responsabilidade e conhecimento, portanto, estudem bastante para garantir a produção de alimentos seguros.