Engenharia vegetal
18 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
“É uma espécie de engenharia civil em que a vegetação [sementes, plantas ou partes de plantas] é usada como material de construção prioritário”, explicou João Paulo Fernandes, professor do Departamento de Planejamento Biofísico e Paisagístico da Universidade de Évora (Portugal). O domínio de aplicação da engenharia natural – técnica que vai ser publicamente apresentada pela primeira vez num seminário em 22 de Maio – é vasto e vai desde a recuperação de minas e pedreiras, dunas e zonas costeiras às infra-estruturas rodoviárias, passando pela consolidação de taludes, ribeiras ou controle da erosão após incêndios. Por isso, é fácil encontrar exemplos da aplicação desta técnica um pouco por todo o lado. Quando a vegetação por si só não preenche todos os objetivos técnicos, podem ser usadas técnicas combinadas recorrendo a outros materiais de construção como o betão, o ferro ou a madeira.
No entanto, a matéria natural apresenta uma vantagem significativa: “A vegetação cresce e desenvolve-se, logo, a eficácia da intervenção será aumentada, ao contrário do que acontece nos sistemas tradicionais em que são usados materiais inertes que tendem a perder eficácia e qualidades”, especificou o especialista. Além de servir para consolidar taludes de estradas e auto-estradas, a engenharia natural tem sido também muito usada em Portugal para recuperar cordões dunares. Nos últimos cinco anos, foram feitas intervenções deste gênero no Algarve e no litoral alentejano, regiões portuguesas, adiantou João Paulo Fernandes. Na Ria Formosa, outra região portuguesa, está em curso uma intervenção que envolve a construção de uma paliçada e a plantação de estorno (planta típica dos terrenos arenosos) para ajudar a depositar a areia.
Fonte: O Primeiro de Janeiro (jornal português)