Exportadoras perdem US$ 116 mi com greves em 2006

9 de agosto de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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As empresas exportadoras perderam aproximadamente US$ 116,3 milhões no ano passado em decorrência das greves nos portos brasileiros. Segundo o levantamento Diagnóstico dos Portos Brasileiros, elaborado pelo Centro de Estudos em Logística (CEL) da Coppead/UFRJ, em 2006, os fiscais da Anvisa, do Ibama, da Receita Federal, agropecuários, agentes do fundo de Marinha Mercante e caminhoneiros avulsos paralisaram suas atividades em níveis nacional ou regional por 156 dias.

O coordenador do CEL, Paulo Fleury, afirmou à Agência Estado que as greves provocam principalmente a perda da confiança dos importadores com o cumprimento dos prazos de entrega dos produtos. “Essas greves afetam a imagem do Brasil como exportador. Um país que vende, mas não consegue embarcar”, argumenta, acrescentando que algumas empresas acabam buscando outras alternativas de embarque nos momentos de paralisação “para honrarem seus compromissos e não perderem os cliente, mesmo que isso provoque aumente do custo da exportação”.

Além disso, Fleury ressalta que as greves provocam a ampliação dos estoques das empresas, já que não conseguem escoar as mercadorias, o que resulta na redução da produção. “Parando a produção, podem ocorrer demissões”. Segundo ele, o problema das paralisações é agravado ainda mais com a ineficiência burocrática, que reduz a competitividade da infra-estrutura portuária brasileira. “A solução seria um choque de gestão na administração dos portos brasileiros. As greves ocorrem pela má vontade dos gestores, em grande parte funcionários públicos, que não têm interesse em negociar com os grevistas. Falta competência na negociação”.

Se for levado em consideração apenas os 66 dias parados pelos fiscais da Receita Federal, em 2006, as perdas atingem US$ 88 milhões. O cálculo das perdas dos exportadores com as greves foi realizado com base nas exportações médias diárias do ano passado subtraídos os dias parados. O resultado levou em consideração ainda a taxa média de aderência dos fiscais portuário, que foi de 30%, e excluídas as vendas pelos canais laranja e vermelho (sem fiscalizações), que foram de cerca de 12%.

Fonte: São Paulo/AE